quinta-feira, 12 de setembro de 2013

REDENTORA DE MIM MESMA


Hoje quis pensar um pouco em mim e ser redentora de todos os pensamentos que amarram meus pensamentos, aprisionam lembranças terríveis em minha alma, impedindo do meu que minhas fantasias, antes tão livres, sem correntes a machucar os pulsos do meu lado contrário, o meu lado avesso. Tenho tentado muitas formas de REDENÇÃO aos homens e, de uma maneira mais sublime entrar em contato com todas as mulheres do mundo, para que arrebentem todas as correntes que as oprimem.
 
 Como não sou Jesus, para operar milagres, uma fada com uma vara mágica, um anjo com poderes celestiais, uma borboleta que alimenta a paz das rosas roçando suas asas sobre elas e sorvendo o seu doce pólen, resolvi, esta noite, investir em meus próprios devaneios, meus pensamentos felizes, minhas dúvidas, meus medos, no invólucro que tenho que usar como disfarce, mas mil máscaras de que sou obrigada a cobrir meus olhos para que olhares perspicazes não foquem meus pensamentos e descubram o tamanho do amor que está estancado dentro de tão pequeno coração....
 
 Em tantos sorrisos, atos de carinho e uma tolerância comedida pois os humanos robotizados de hoje, com toda certeza e convicção, descobririam esse tesouro imenso que está escondido dentro de mim, com medo que algum outro monstro ou um femicida venha roubá-los e matá-los, finalmente. Nós vamos desenvolvendo como uma linda rosa vermelha, em um jardim encantado, onde seus pai, seus avós e tios realizam todos os sonhos materiais da linda princesinha, que vive sempre bem no alto de uma pilha de livros de contos encantados, pensando que o mundo lá fora é igual. Tem amigas; até muitas, que eu as acho superficial, por não ter ideias puras, inocentes como eu; não acreditam em príncipes encantados por não viverem em uma redoma de cristal como eu.

Ter amigos é bom, faz a gente sorrir, se entreter, compartilhar as alegrias, as tristezas, situações curiosas, ensinar e aprender.Nós precisamos das outras pessoas para ter a alegria e o prazer de sentir que entramos na subjetividade do outro, assim como o outro entra na nossa. Contudo, não existe amizade que seja feliz o tempo todo. Às vezes a conversa do outro nos chateia, às vezes não sentimos interesse por parte do outro às nossas questões, às vezes isto e aquilo e mais uma infinidade de possibilidades.

O ser humano quando está na companhia de alguém faz acordos sem palavras, porque cada um tem um jeito único e singular e no encontro precisamos conciliar os diferentes jeitos. Cada um precisa ceder e aceitar e por isso temos um limite de tempo que aguentamos para ficar acompanhados.Aquele que não consegue ficar sem a companhia do outro é porque não consegue ser companheiro de si mesmo, ou pior ainda, é alguém que não se aguenta, não se suporta, ou não se conhece, e por isso não consegue se sentir a vontade nem consigo mesmo!

Que lástima, porque é só com a gente mesmo que podemos ser totalmente sinceros e espontâneos. Na companhia de outros precisamos ser um tanto superficiais. Precisamos ponderar. Faz-se necessário pensar e repensar para não dizer algo que possa ferir o outro e concomitantemente a nós.Ficar na companhia do outro dá trabalho, mas se não der trabalho e prazer, cada qual na sua medida, de preferencia que o prazer seja maior, é sinal que precisamos aprender mais sobre a arte de ser amigo. Creio que nunca aprendi a arte de ser amigo pois eles sempre mentiam para mim, me enganavam, não tinham pensamentos puros comos os meus nem viviam protegidas como sempre fui; não aprendi as maldades do mundo.

Sempre gostei de viajar nos acordes das músicas e visitar minhas amigas estrelas, que nunca me mentiram; sempre encheram meu coração de paz. Quando gostamos de uma música é porque nos identificamos com o que ela diz, com a mensagem que ela transmite. Gostamos porque sentimos que o compositor conseguiu colocar em palavras na composição da música algo que circula dentro de nós e não sabíamos dizer e o autor conseguiu falar disso e ao ouvir a música aqueles sentimentos desorganizados vão encontrando via para se organizar, encontram forma e morada naquela melodia e naquela composição e isto nos conforta.

Nós gostamos de ouvir repetidas vezes porque ao ouvir a música nos sentimos compreendidos e também compreendemos o que o compositor quis transmitir, então há uma comunicação entre a música, o compositor e nós. Quando escutamos uma musica com a qual nos identificamos nos sentimos menos sozinhos e mais acompanhados.A música embala nossos sentimentos, que até então vagavam pelo espaço infinito, mas que agora encontraram uma voz, um alento e uma compreensão, e isto nos traz alívio. Nos enche de uma harmonia mágica quendo nos perdemos de nós mesmas pois acalenta nosso coração que chora de tristeza, de incompreensão dos mais velhos que nós.Para encontrarmos a felicidade precisamos refletir sobre o que acontece em nossa vida que nos faz infeliz. Em minha experiência clinica e pessoal, vejo duas razões básicas para a infelicidade:
 
 1- frustração e 2- A dor de ver que os outros possuem algo que desejamos e não temos (vulgo: inveja. Não utilizei esta palavra porque ela é carregada de preconceito. Todos nós sentimos inveja, mas não admitimos porque na crença popular ser invejoso significa ser mau, mas não é, a inveja é um sentimento humano que nos consome e nos destrói. Contudo é precisamos ter em mente: se somos humanos e temos veias por onde corre nosso sangue, então temos inveja. Ainda não nasceu uma pessoa que não tenha inveja ou que não tenha todas as características humanas. O que nos difere uns dos outros em termos de sentimentos é só uma questão de grau.)

Assim sendo, seria bom aprendermos a lidar com a frustração e inveja. Comecemos pela frustração, acontece quando o inesperado estraga nosso planejamento, como por exemplo, más notícias, um furo no pneu, quando chove na praia ou a nota que recebemos pela prova que tanto nos preparamos não foi boa. Para lidarmos melhor com as frustrações e não ficarmos tomados de raiva, precisamos desenvolver a capacidade de compreender que viver é estar a deriva, isto significa que não temos controle sobre a vida

. Sabendo disso, só nos resta pensar com cautela para tentar fazer as melhores escolhas, as que nos pareçam construtivas e então, desenvolver a predisposição para receber o que a vida nos trouxer. Em geral as boas escolhas trazem resultados positivos, mas nem sempre. Saber aceitar uma perda é ganhar! A inveja é algo bem difícil de lidar. Ela transita em todos nós e penetra em nossos poros assim como uma peste porque a inveja é a pestilência dos sentimentos. A origem da inveja é a certeza de que somos o centro do universo e que todo o bem cabe a nós, caso alguém receba o bem ao invés de nós, então é injusto.

 Este bem dado a outro que não a nós foi roubado de nós, por isso sentimo-nos roubados e injustiçados quando alguém recebe algo bom e nos não. A injustiça parece tão gigantesca que somos impelidos a destruir o bem alheio para fazer justiça.  Todo este processo é inconsciente e só sofremos a dor. Agora temos consciência da inveja e isto pode nos ajudar a lidar melhor com ela. É útil saber que a grama do vizinho sempre é mais verde, mas isto é uma ilusão. Combatendo a frustração e a inveja.

 Ou dizendo de outra forma, deixando de colocar nossa energia na raiva provocada pela frustração e a ingratidão gerada pela inveja, voltamos nossa energia para nossos interesses, e para a construção de nossa vida. Ao retirar nossa atenção do outro e devolve-la à nós mesmos conseguimos enxergar nossa “grama verde” e sentir o oposto da inveja, que é a gratidão e consequentemente a felicidade.

Antes de sentir na pele que os homens paleozoicos não haviam sido extintos e que estão infiltrados entre nós, para nos roubar a fantasia, a autoestima, a vontade de não ter nascido, eu pensava que os machos eram sempre príncipes gentis, cordatos e cultos; mas eles se tornam sapos nojentos, viram Apaches, peles vermelhas, tiram nosso escalpo e comem nosso coração.

Eu me considero uma pessoa doente da alma e com o coração todo retalhado por todos os defeitos recordáveis que esse homem das cavernas não conseguem se livrar pois a cultura não entra em seu cérebro doentio. A pessoa psiquicamente mais adoecida é aquela que perdeu a esperança.Quando digo esperança, é preciso destrinchar o significado desta palavra porque é útil ao colocar palavras num texto, saboreá-las até sentir o seu gosto e nutrir-se delas, transformando as palavras em pás que nos escavam nos alargam e aprofundam. Assim, a palavra ganha poder de nos fazer pessoas maiores.

Portanto, vamos pensar sobre o significado da palavra esperança, ou transforma-la em pá:Esperança é a crença de que existe algo para esperar, almejar, acreditar, confiar e por isso vale a pena o esforço, que então deixa de ser esforço para se tornar vigor e ânimo que surgiu na certeza de que algo existe em algum lugar e em algum momento brotará. Quanto maior for a esperança maior será a dedicação. Mas, onde esta a esperança?  Encontra-se em dois lugares:
 
 
  1- fora de nós. Trata-se de um fora com duas conotações: O fora espacial, que é no mundo, e o fora temporal que é na vida, no percurso de nossas vidas.
2- Dentro de nós, quero dizer que a esperança brota a partir da crença em nossos recursos e em nossas capacidades.A felicidade encontra-se na intensidade, na duração e na frequência de nossa esperança interna e externa.

O ato de confiar na vida, no mundo e, principalmente em nos mesmos, nos invadi de energia e animo para realizar. A ação realizada é a felicidade em si. Realizar engloba o processo, o trabalho, o afinco e a dedicação, e quando digo dedicação refiro-me ao amor que emerge durante o feitio do trabalho.. Felicidade e esperança são amigas inseparáveis, uma não existe sem a outra. Portanto quando estivermos em busca da felicidade, procuremos a esperança e ao avistá-la estamos avistando a felicidade.

Por ter tido uma cultura muito protegida, muito cheia de vontades materiais realizadas, por pais, avós e tios avós, que pensavam que eu uma princesa real, não me ensinaram sobre os homens das cavernas, sobre os machos femicidas. Casei, pensando que o  meu príncipe viraria rei, mas ele se transformou em um sapo gosmento, num Apache cruel, que quase me tirou o escalpo. Escapei por muito pouco. Descobri os homens que moram dentro da tela do meu laptop. Meu Deus, eles são ainda mais vis, mais malvados, porque nos dizem ser um anjo mas são um demônio.
 
 Escrevem-nos lindas poesias de amor, que bebemos, aos poucos, como um copo de veneno. Outros nos falam todos os dias, convidando até para fazer um encanto e passar para o outro lado da telelinha, dizendo nos fazer dormir como um bebê.... Depois vão sumindo devagar, até nos deixar completamente como um androide. Um ser viçoso, vistoso por fora mas, pelo avesso ele lhe roubou toda a vontade de viver, de cantar as músicas que antes a faziam felizes.... Você não consegue nem confiar mais nos amigos, pois eo domina, me machuca e me faz sofrer muito. Por isso só quero aproveitar minha vida para ajudar às amigas que sofrem pois os homens são mentirosos e maus e eu os odeio!



Testo de:JUSSARA SARTORI
Escritor, Freelance & poetisa
Dedicado a amiga: REGINA NEW RESTA

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