quarta-feira, 27 de outubro de 2021

O TEMPO PASSA... VIOLÊNCIA DOMÉSTICA AUMENTA...

 
 
        O tempo passa, passou... Sem deixar às mulheres com perspectivas futuras melhores. Hoje não vejo o homem como um monstro, um diabo. As coisas, no momento, fluem melhor em meu pensamento e vejo que  culpado é o sistema, maneiras distorcidas de se governar um país. Sempre vi, escutei, procurei pesquisar e pude notar que em certos países, como o Paquistão,  o Afeganistão restringem ao máximo os "direitos das mulheres" porque são desumanos, não tiveram uma educação à altura de um homem de verdade.
 
         Não podemos delimitar o espaço social feminino. Nascemos livres para voar como as borboletas, passarinhos e anjos que somos. O correto seria termos o livre arbítrio de escolher sempre o que é melhor para nós. Creio que com a "pandemia" aprendi muita coisa que antes não podia enxergar por estar presa a muitas coisas que hoje já não faz sentido. Não me deixo nem deixarei mais, qualquer que seja a pessoa, decidir o meu dia de hoje, meu amanhã, o que devo ou não fazer... Meu destino, enfim... 
 
         Com a pandemia tudo piorou para as mulheres porque estarem confinadas dentro de casa com homens sem caráter, abusivos, desestruturados... Isso  deixou  muitas mulheres sem ter como se defender, agir, poder pedir socorro, denunciar...
 
          Foi tudo muito ruim para todas elas. No Brasil, literalmente, foi muito, muito ruim. Por terem escolhido para presidente um homicida, genocida, psicopata, culpado direto por, até agora,  seiscentas mil mortes. É asqueroso! Como funciona a "violência doméstica"?... É um mecanismo que nem
Em 2006 com a Lei Maria da Penha -- batizada em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica após levar um tiro de seu marido, passaram a vigorar no Brasil penas duras em relação à violência contra a mulher.... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/03/05/mulheres-sofrem-em-silencio-com-violencia-domestica-durante-a-pandemia-no-brasil.htm?cmpid=copiaecola
eu mesma sei como explicar, por ser uma loucura muito grande. É como se fosse uma máquina de trucidar mulheres. 
 
        Compreender como o mecanismo funciona e acontece é essencial para identificar como os agressores agem e por que que fazem isto. O pior é que quando tentamos ajudar e nos sentimos sempre de mãos atadas porque a vítima em si ou da própria família que escondem muitos fatos.
 
        Tenho um amigo na Itália que sua filha quase morreu porque o marido jogou  nela gasolina ou "benzina" como dizem lá. Ela ficou toda queimada, coitadinha! Mas não tive maiores informações do meu amigo. Suponho que o "ex-marido" não sofrerá nenhuma condenação cabível ao seu "ato monstruoso, animalesco"... É o que sempre acontece. 
                      
        O mundo inteiro foi surpreendido com a tomada da capital do Afeganistão, Cabul, pelo grupo extremista Talibã, recentemente. Imagens de horror logo invadiram a INTERNET, registrando tentativas desesperadas de fuga. A preocupação com as mulheres afegãs foi imediata, pois o histórico dos radicais é da perda de todos os direitos e violência institucionalizada. Enquanto o Talibã governou o país, entre 1996 e 2001, as mulheres foram proibidas de estudar e eram confinadas em suas casas. Obrigadas a casar homens que nunca tinham visto antes. Somente podiam sair ou viajar sem a companhia de um homem da família. Muitas vezes, o companheiro as obrigavam fazer sexo com amigos... Deplorável, triste!
 
        Não tinham nomes, pois ao nascer, eram registradas como filha ou neta de qualquer um.  Com isto perdiam o direito a uma identidade própria. O acesso à saúde era restrito, pois somente podiam ser atendidas pelas poucas mulheres enfermeiras ou médicas que ainda restavam no país. Espancamentos, mutilações e pena de morte por apedrejamento (em acusações de adultério) eram constantes. Vê-se que que os muçulmanos não evoluíram nada com o passar dos anos.
 
        Já li muitas destas histórias na Bíblia...Minha ou nossas postagens (porque, a princípio, Roberto Rossi escrevia comigo). No filme Alexandria mostra como a mataram. Foi muito triste! Só que ele não nos mostra "o real" por ser muito pesado para se mostrar. Ela foi apedrejada até a morte, esquartejada e, depois, colocaram fogo em seu corpo. As mulheres são agredidas em todo o mundo. Naquela época foi por causa da igreja católica. Mas, no caso do Afeganistão, o ataque às mulheres, a violência em si, é institucionalizada e incentivada pelos dirigentes radicais. 
 
        o Brasil tem a maior taxa de violência doméstica do mundo, mas a sociedade caminha com leis, como a Maria da Penha que instituiu o feminicidio. Já postei a Lei Maria da Penha no meu blog, em sua íntegra, mas não acredito 100% nela. A Lei, como acontece em outros países, fecha os olhos, finge que nada aconteceu...  
    
        Perco horas pensando... Será que nós, mulheres, temos como destino, ao parecer dos homens, morrer? Eles não pensam que, se não fosse por nós, mulheres,  não existiriam. Tanto no Brasil quanto no Afeganistão, Paquistão, a violência contra a mulher revela um contexto machista, em que os homens acreditam ter superioridade e, por causa disso, restringem às mulheres o acesso ao estudo e ao trabalho, direitos fundamentais para a independência feminina.
 
        Quando Malala levou um tiro na cabeça ao para a escola, o governo Britânico veio em seu socorro. Passou por várias operações mas ficou boa. Conseguiu estudar na melhor universidade britânica, Oxford. Já postei sua história, na época que tudo ocorreu. Foi muito triste, mas ela venceu.
Tenho, no meu e-mail, a carta publica que ela escreveu pedindo ao mundo ajuda, socorro, para às mulheres paquistanesas.
 
        Às vezes, penso que o mundo deveria ser governado por mulheres, para haver mais justiça, mais felicidade e menos tristeza entre os povos.
Penso  que os homens deveriam sem mais bem informados, estudar com afinco e colocar para funcionar na prática o que lhes foi oferecido como "teoria".

Em 2006 com a Lei Maria da Penha -- batizada em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica após levar um tiro de seu marido, passaram a vigorar no Brasil penas duras em relação à violência contra a mulher.... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/03/05/mulheres-sofrem-em-silencio-com-violencia-domestica-durante-a-pandemia-no-brasil.htm?cmpid=copiae as razões do aumento tão expressivo dos casos de violência doméstica e familiar nos primeiros meses de pandemia.  
          
Em 2006 com a Lei Maria da Penha -- batizada em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica após levar um tiro de seu marido, passaram a vigorar no Brasil penas duras em relação à violência contra a mulher.... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/03/05/mulheres-sofrem-em-silencio-com-violencia-domestica-durante-a-pandemia-no-brasil.htm?cmpid=copiaecola
           
            
Em 2006 com a Lei Maria da Penha -- batizada em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica após levar um tiro de seu marido, passaram a vigorar no Brasil penas duras em relação à violência contra a mulher.... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/03/05/mulheres-sofrem-em-silencio-com-violencia-domestica-durante-a-pandemia-no-brasil.htm?cmpid=copiaecola
           Texto de JUSSARA SARTORI
Em 2006 com a Lei Maria da Penha -- batizada em homenagem a uma mulher que ficou paraplégica após levar um tiro de seu marido, passaram a vigorar no Brasil penas duras em relação à violência contra a mulher.... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/03/05/mulheres-sofrem-em-silencio-com-violencia-domestica-durante-a-pandemia-no-brasil.htm?cmpid=copiaecola
        

domingo, 26 de abril de 2020

SÓ UM MILAGRE PODE SALVAR A MULHER DO FEMINICÍDIO...

Venho acompanhando a reação dos homens dentro de casa, nesta época de pandemia e quarentena desorganizada. A mulher está, agora, totalmente desprotegida. Estando em casa poderá ser morta ou atacada seu companheiro desfocado, louco, que não sabe controlar seus instintos animalescos... Fora do seu domicílio poderá ser infectada pelo vírus Covid 19 que também poderá matá-la.

Antes via o mundo ruim por um lado (o dos homens). Agora está ruim por todos os ângulos possíveis, não se vê muita saída para qualquer lado em que se escolhe andar. A vida está se tornando um filme de terror. A algum tempo o homem respeitava mais ou menos o ambiente social. Atualmente ataca e mata à mulher sem se importar se está em um lugar isolado ou ao centro de algum aglomerado.

Os serviços de proteção à mulher não funciona bem como, aliás, nunca funcionou. Em cada três mulheres em todo o mundo já sofreu violência física e/ou sexual mas é provável que esta crise piore com o resultado da pandemia do novo Coronavírus. À sombra do Covid 19 está  à violência contra mulheres,  meninas e o novo Coronavírus. Como agir para solucionar um caso se nós mesmas estaremos expostas ao "inimigo invisível", o vírus.

 Todos nós, como sociedade, devemos nos colocar à disposição para procurar minimizar os efeitos colaterais deste momento. Se você ver ou escutar violência contra a mulher durante a quarentena, denuncie, chame à polícia, peça socorro, se não estiver com seu celular. É imprescindível que o monstro seja pego para que não faça isto novamente porque estará preso.

 O confinamento em vários países da América Latina para conter a pandemia de Covid-19 disparou os pedidos de ajuda de vítimas de violência doméstica, feminicídio, obrigadas a conviverem com seu agressor em uma região onde a média de ultrapassa a mais dez por dia. - A quarentena deixa milhares de mulheres em um inferno, trancadas com um agressor que temem mais do que o coronavírus.

 A América Latina registrou cerca de 3.800 feminicídios em 2019, segundo dados preliminares. Isso representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Na Argentina, 18 mulheres foram assassinadas por seus companheiros, ou ex-companheiros, nos primeiros 20 dias de quarentena, que começou em 20 de março. A situação se repete no México, no Chile e Brasil, onde as ações dos governos e de associações civis são insuficientes para conter os assassinatos.

 O exame de ultrassom deu menino. Pais, avós e tios compram a camisa de futebol do time preferido para o futuro bebê! “Homem não chora”, “moleque não veste rosa”, entre outros tantos ditos. Filhos crescem sem saber lidar com a “frustração”, sem aprender com o ‘não’. Adultos imaturos coisificam a mulher e, quando a posse sobre a “amada” lhes escapa, não sabem conviver com a perda e matam.

Estes são os principais componentes presentes na construção do perfil de feminicidas, produtos de uma sociedade culturalmente machista, onde valores e costumes sustentam - por pais, mães, avós, tios e tias - a hegemonia da chamada masculinidade tóxica, aponta a ciência social. O fato adicional que, por vezes, acompanha essa tragédia humana, é o assassino chegar ao extremo de sua covardia patológica: ele, na maioria das vezes, dá cabo a sua própria vida, em seguida.

 O feminicida também pode ser, regra geral, um ser com desenvolvimento social deformado, construído a partir do homem "ensinado" a não chorar, a não demonstrar sentimentos. Mas não é só isso porque estas qualificações lhe foram passadas por pessoas retrógradas pois o homem normal também chora como uma mulher, como ser humano que é ou... Demonstra ser.

   E lá está o falso adulto machão que passou a controlar com quem "sua" mulher conversa ou não, quando e como ela pode sair e qual roupa ela deve usar. A humilhação vai além do emocional, expõe as feridas físicas, no longo tempo de cláusula familiar a que mulheres se submetem, em nome da preservação dos filhos e,  muitas vezes, da família que a criou com muito amor e carinho.

 Combinar ultrapassados valores culturais - e de formação - com repetições de padrões inter geracionais formam o estopim ideal para a insana capacidade deste sujeito achar que pode explodir a ponto de eliminar sua "posse" com tiros, estrangulamentos, espancamentos, facadas, esquartejamentos e outras coisas monstruosas.

Matar uma mulher nesse conceito significa, claramente, que, para a construção da masculinidade tóxica, ela era propriedade dele. Sem respaldo da família, sem amparo social e sob o domínio do narcisista tóxico, esta vítima precisa ser alcançada antes do decreto de morte. Como lidar com os assassinos? Há saída para os agressores de hoje, potenciais feminicidas de amanha? Qual o caminho para as novas gerações de meninos/homens?

 Assim, ele adverte, primeiro, que o homem não é uma tábua rasa. "Já vem, e vai construindo, algumas ideias sobre si mesmo e o que fará de sua vida. E, dentre elas, está a ideia de que ele ama a si mesmo. Só faz o que pensa que é bom para si mesmo, especificamente para à sua pessoa. Tem uma consciência de que quem se manda é sua própria pessoa . E ninguém consegue mudar o seu pensamento" porque foi moldado para agir desta maneira.

E, se este homem vê a outra pessoa, seja quem for, como objeto, ele se apossa desse objeto. "Aí, ele cria situações para que aquilo jamais mude. Porque ele está certo de que, se mudar, o sofrimento dele será de cem por cento ou mais. Quando se vê ameaçado, acha que será insuportável conviver com a frustração, a perda. E cai na vulnerabilidade. Acha que ela será tão avessa quanto a morte pra ele", diz.

É um pensamento contraditório. Porque esse homem que coisifica o outro vai sentir essa vulnerabilidade extrema. Ele acha que vai resolver tornando o outro objeto dele. E, na medida em que essa vulnerabilidade instala desequilíbrio pra ele, o pensamento que ele começa a desenvolver é de que o outro é inimigo, o outro vai me machucar.

 Então, ele passa a criar uma defensividade impulsiva automática. Sem reflexão. E passa a ter como meta tornar aquela pessoa o objeto que um dia se submeteu a ele. E ela o fez com muito amor, enquanto ele continua com seu pensamento egoísta, machista, que a mulher não é nada que o homem nasceu para comandar, ser dono de tudo; isto acontece desde o primórdio dos tempos.

 Falta, então, educação emocional para o controle de impulsos. "O ser humano nasce como se fosse um cavalo selvagem. Então, força, impulsos e pensamentos precisam também ser educados para a convivência em sociedade. É como se fosse domar também os sentimentos.

 As emoções também têm de ser educadas. E, um mundo em que a educação se torna tão liberal e a sociedade tão conivente com o erro e passiva ao que conceituamos errado, como código de convivência, formar selvagens emocionais, que não sabem domar suas reações ao 'não', é uma realidade", sustenta.

Se a família não criasse um filho varão para ser escravo de si mesmo ele não seria um ser doente, psicopata,egoísta, pensar que casa com uma mulher para ser dono dela, como agiam "os antigos senhores" num passado não muito remoto. Mesmo em países como a Índia onde as mulheres já são destinadas a um homem que ela nunca viu, sem ler livre arbítrio de escolha. E diz-se que vivemos em um mundo informatizado, moderno... Globalizado.

Em mim ninguém mais mandará em nada porque sou dona da minha própria vida. Nascemos como os animais das grandes floresta; para ser livres e viver por nós mesmas. Muitas vezes escolhemos o demônio e ficamos com ele por livre e espontânea vontade. Mas podemos escolher um anjo e viver no paraíso pois creio existir um homem de caráter solto por aí.


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

segunda-feira, 20 de abril de 2020

DA TRISTEZA À PISTANTROFOBIA....

 
Na atual realidade é difícil aceitar o momento real, esquecer os momentos já vividos que foram muito drásticos e ocasionaram muitas transformações em minha vida e na de muitas outras pessoas, devido experiências vividas pouco agradáveis. Da minha parte nem preciso retocar detalhes por os estar sempre mencionando nos meus textos.
 

É muito difícil poder justificar os sentimentos para definir atos muitas vezes indecifráveis. Na maioria das vezes sentia uma apatia  tão grande que acordava e não me sentia predisposta a me levantar. Não entendia o motivo. Entretanto, depois de pensar alguns momentos, espreguiçava e saía da cama porque se continuasse ali ninguém me socorreria com toda certeza.
 
 
À vezes estes sintomas de inércia que  se repete por muito dias são sintomas involuntários pois são acometidos por lembranças e recordações que não se exprimem per estarem sepultadas debaixo de muita dor e sofrimentos camuflados. Camuflados... Por que não? Podem estar escondidos atrás de um lindo e triste sorriso. 
 
 
Já faz muito tempo escrevi sobre sintomas que ficam após um relacionamento muito sofrido, em sempre aceitar o que às pessoas lhe falam mas nunca retrucar, mesmo sabendo que é a certa e que os outros é que estão errados. Isto vai tecendo uma angústia muito grande dentro de você que, em muitos momentos se tem vontade de explodir.


Ao falar sobre a tristeza, preciso definir os tópicos que distinguem este sentimento da depressão. A tristeza é um sentimento intrínseco ao ser humano. Todas as pessoas estão sujeitas a tristeza. É a ausência de satisfação pessoal quando uma pessoa, que no caso seria eu, se depara com sua fragilidade.


- A depressão é a raiva e a vingança digerida na pessoa. Na prática, é uma tentativa de devolver para os outros, o que existe de pior em si. Mas em mim não existia nada de ruim e sim o que fizeram de ruim em mim, que é o caso de muitas pessoas que leem o que escrevo ou me seguem.


 Passei muitos anos com todos estes sentimentos adormecidos, até que me senti totalmente sozinha sentindo que precisava de alguém me me amasse como eu merecia. Mas... E o pânico que o meu desastroso casamento me deixou? A tristeza não chega aos limites citados na situação depressiva. Pelo contrário, é uma ferramenta valiosa para avaliação das metas de vida. 


Na infância, o modo de encarar a tristeza será definitivo para estabelecer a personalidade adulta. Mas minha infância foi muito feliz. Nela conheci o amor de meus pais, tios, avós, vivendo como não se vive hoje o que chamo de ser e estar pequeno e aproveitar tudo o que se pode tirar da natureza. Hoje em dia nada é natural.


A tristeza é a recusa. A dificuldade em aceitar o "não" torna-se desmotivante e abala a autoestima. Por outro lado, a rejeição e a incapacidade frente a alguns obstáculos leva a quadros mais sérios e profundos da tristeza. Isto se acumulou em mim com o passar do tempo; quando senti que precisava ser amada, tocada, acariciada mas, ao mesmo tempo, o medo dos homens falava mais alto que minha necessidade.


Comecei a conhecer muitas pessoas em que "o gostar" era intocável por estarem em um espaço diferente do meu. Passei a amar por dentro, sentir por dentro. O estranho é que muitas das minhas sensações refletiam em meu exterior, como se fosse um orgasmo incontido. Assim defini minha tristeza e depressão, embora tudo fosse igual. Agora que já disse o que penso sobre a diferença da tristeza e depressão, digo que devemos evitar rotular ou mesmo nos autodepreciar com os pequenos problemas do cotidiano.

Irremediavelmente quando nos vemos e sentimos envolvidas com os dois sintomas, posso até dizer que ambos nos levam à "pistantrofobia",  que um medo incontido de nos aproximarmos de uma pessoa ou a deixar se aproximar, seja para se relacionar ou mesmo por amizade, porque temos medo de ser tocadas ou mesmo de confiar; tudo devido ao passado. Sempre digo a mim mesma que é melhor ir amando pelo avesso a uma pessoa que admiramos, que achamos inteligente, culta, sem que ela saiba.

Este medo incontido é chamado de pistantrofobia. Após o fim de um relacionamento amoroso traumático, briga com algum familiar ou corte brusco em uma relação de amizade é bastante comum passar por uma grande tristeza que, provocada por diversas expectativas, faz com que uma pessoa tenha dificuldades em confiar e se abrir com o outro. Você pode conhecer o sentimento, mas talvez não saiba que isso tem um nome: pistantrofobia.

Pistantrofobia é, como a nomenclatura indica, uma fobia ou um medo irracional de confiar em outra pessoa. Normalmente, o fenômeno ocorre depois de uma grande decepção nos laços afetivos, somados a traumas e experiências ruins no passado. Diante das informações, você deve perceber que praticamente todo mundo, em algum momento da vida, já sofreu com a experiência.


Além de poder causar isolamento social, atrapalhando as relações profissionais e pessoais, a pistantrofobia ainda pode provocar sintomas físicos como nervosismo em excesso, ansiedade, estresse, boca seca e suor frio. Trabalhar o autoconhecimento, reconhecer as inseguranças e prestar atenção à autoestima são importantes para se livrar do problema, além, claro de aprender a exercer o perdão.

 Mágoas e frustrações sempre surgirão no caminho, mas quem consegue superar a tristeza, relevar e seguir em frente possui maiores chances de não ficar preso ao passado e garantir a possibilidade de sempre seguir adiante. É um um problema difícil de sair totalmente dele quando o passado não a liberta literalmente das correntes. Não digo isto se referindo a mim mas da outra parte que, apesar de estar com outra, está, no meu modo de ver, sempre controlando meus passos sem estar junto a mim.

Minha felicidade só existe e é total quando durmo e vivo a minha vida interna, onde sou dona das minhas vontades, dos meus desejos mais íntimos e sei que ninguém me machucará, me violentará nem erguerá a mão contra mim. Espero que todo todas tenham entendido o meu ponto de vista, o meu modo de ver tudo e pensar. Talvez ainda exista uma possibilidade, ainda que remota, de viver meu sonho do lado direito....


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

quarta-feira, 15 de abril de 2020

NÃO PODEMOS TER MEDO DE LUTAR

Quando somos agredidas fisicamente, verbalmente e psicologicamente, perdemos  ou sentimos que perdemos nossa força interna,física e moral. Depois de ver muitos casos, ler reportagens, filmes e depoimentos de muitas mulheres pensei profundamente neste assunto, o mesmo que me fez criar este "blog".

Na época, como muitas jovens mulheres, fiquei acuada como uma ovelhinha emparedada por um animal selvagem. Nosso pânico é tão grande, no momento, que a única coisa que fazemos mecanicamente é proteger nosso rosto com os braços (exatamente como quando tropeçamos e caímos de frente.

Estas cenas passeiam quase todos os dias na minha mente, me cobrando o por quê de não ter agido diferente naquela época. Estava com minha filha bebê no colo e ele, bêbado, um tanto louco porque, por precaução e, também, para poupá-lo, peguei a garrafa de whisky, a qual já tinha bebido a metade e joguei o restante na pia da cozinha.

Ficou tão exaltado que me me deu uma bofetada tão forte que girei 360° com a criança segura em mim. Ainda me chutou a perna, acima do tornozelo. Ficou alto no lugar e levou um ano para sumir. A mãe dele estava em meu apartamento e não fez, absolutamente, nada para me defender.

Se fosse mais velha, mais vivida, meus pais estivessem perto, na mesma cidade... Nunca me ocorreu chamar a polícia. De que adiantaria? Com a mãe perto, se pegasse qualquer aparelho que falasse, com toda certeza o jogaria pela janela.

Na vida não podemos ser submissas quando temos um monstro por companheiro. Praticamente foi sempre assim enquanto vivi com ele. Quando você não se defende e suporta tudo o que lhe vem para cima, você perde até o direito de sonhar porque sua vida se torna um caderno em branco, o qual só se vira uma folha todos os dias.

Só agora, depois de muito tempo comecei a enxergar muitas coisas que não via antes. Por exemplo: - Nunca devemos  encher nossos filhos de mimos. Devemos, sim, lhes dar todo o carinho e amor do mundo mas, primeiramente, devemos lhes ensinar ser forte, saber se defender das maldades da vida; ser tão resistente como uma montanha, para não passar por tudo isto.

Já faz bem tempo que assisti um filme que, para mim, é a história de uma moça forte, que soube lutar para se defender do marido paranoico, psicopata. Já o vi uma dúzia de vezes e serei capaz de o fazer mais algumas vezes porque sempre encontro um pequeno detalhe interessante que não notara antes.

Aconselho muito a vocês mulheres o assistir. Chama-se "Nunca Mais", com Jennifer Lopes. Toda vez que o vejo mais uma vez penso: - Se eu tivesse agido assim não me sentiria uma derrotada a vida toda, com medo, pânico por todos os homens.

Assistam-no e cheguem à sua própria conclusão. Vejam como é se sentir forte e, se tiverem medo, não deixe que ele a floresça em sua pele. "Nunca Mais" foi uma lição tardia para mim. Nunca se deixem abater. Não podemos ter medo de lutar...



Testo de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance