domingo, 26 de abril de 2020

SÓ UM MILAGRE PODE SALVAR A MULHER DO FEMINICÍDIO...

Venho acompanhando a reação dos homens dentro de casa, nesta época de pandemia e quarentena desorganizada. A mulher está, agora, totalmente desprotegida. Estando em casa poderá ser morta ou atacada seu companheiro desfocado, louco, que não sabe controlar seus instintos animalescos... Fora do seu domicílio poderá ser infectada pelo vírus Covid 19 que também poderá matá-la.

Antes via o mundo ruim por um lado (o dos homens). Agora está ruim por todos os ângulos possíveis, não se vê muita saída para qualquer lado em que se escolhe andar. A vida está se tornando um filme de terror. A algum tempo o homem respeitava mais ou menos o ambiente social. Atualmente ataca e mata à mulher sem se importar se está em um lugar isolado ou ao centro de algum aglomerado.

Os serviços de proteção à mulher não funciona bem como, aliás, nunca funcionou. Em cada três mulheres em todo o mundo já sofreu violência física e/ou sexual mas é provável que esta crise piore com o resultado da pandemia do novo Coronavírus. À sombra do Covid 19 está  à violência contra mulheres,  meninas e o novo Coronavírus. Como agir para solucionar um caso se nós mesmas estaremos expostas ao "inimigo invisível", o vírus.

 Todos nós, como sociedade, devemos nos colocar à disposição para procurar minimizar os efeitos colaterais deste momento. Se você ver ou escutar violência contra a mulher durante a quarentena, denuncie, chame à polícia, peça socorro, se não estiver com seu celular. É imprescindível que o monstro seja pego para que não faça isto novamente porque estará preso.

 O confinamento em vários países da América Latina para conter a pandemia de Covid-19 disparou os pedidos de ajuda de vítimas de violência doméstica, feminicídio, obrigadas a conviverem com seu agressor em uma região onde a média de ultrapassa a mais dez por dia. - A quarentena deixa milhares de mulheres em um inferno, trancadas com um agressor que temem mais do que o coronavírus.

 A América Latina registrou cerca de 3.800 feminicídios em 2019, segundo dados preliminares. Isso representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Na Argentina, 18 mulheres foram assassinadas por seus companheiros, ou ex-companheiros, nos primeiros 20 dias de quarentena, que começou em 20 de março. A situação se repete no México, no Chile e Brasil, onde as ações dos governos e de associações civis são insuficientes para conter os assassinatos.

 O exame de ultrassom deu menino. Pais, avós e tios compram a camisa de futebol do time preferido para o futuro bebê! “Homem não chora”, “moleque não veste rosa”, entre outros tantos ditos. Filhos crescem sem saber lidar com a “frustração”, sem aprender com o ‘não’. Adultos imaturos coisificam a mulher e, quando a posse sobre a “amada” lhes escapa, não sabem conviver com a perda e matam.

Estes são os principais componentes presentes na construção do perfil de feminicidas, produtos de uma sociedade culturalmente machista, onde valores e costumes sustentam - por pais, mães, avós, tios e tias - a hegemonia da chamada masculinidade tóxica, aponta a ciência social. O fato adicional que, por vezes, acompanha essa tragédia humana, é o assassino chegar ao extremo de sua covardia patológica: ele, na maioria das vezes, dá cabo a sua própria vida, em seguida.

 O feminicida também pode ser, regra geral, um ser com desenvolvimento social deformado, construído a partir do homem "ensinado" a não chorar, a não demonstrar sentimentos. Mas não é só isso porque estas qualificações lhe foram passadas por pessoas retrógradas pois o homem normal também chora como uma mulher, como ser humano que é ou... Demonstra ser.

   E lá está o falso adulto machão que passou a controlar com quem "sua" mulher conversa ou não, quando e como ela pode sair e qual roupa ela deve usar. A humilhação vai além do emocional, expõe as feridas físicas, no longo tempo de cláusula familiar a que mulheres se submetem, em nome da preservação dos filhos e,  muitas vezes, da família que a criou com muito amor e carinho.

 Combinar ultrapassados valores culturais - e de formação - com repetições de padrões inter geracionais formam o estopim ideal para a insana capacidade deste sujeito achar que pode explodir a ponto de eliminar sua "posse" com tiros, estrangulamentos, espancamentos, facadas, esquartejamentos e outras coisas monstruosas.

Matar uma mulher nesse conceito significa, claramente, que, para a construção da masculinidade tóxica, ela era propriedade dele. Sem respaldo da família, sem amparo social e sob o domínio do narcisista tóxico, esta vítima precisa ser alcançada antes do decreto de morte. Como lidar com os assassinos? Há saída para os agressores de hoje, potenciais feminicidas de amanha? Qual o caminho para as novas gerações de meninos/homens?

 Assim, ele adverte, primeiro, que o homem não é uma tábua rasa. "Já vem, e vai construindo, algumas ideias sobre si mesmo e o que fará de sua vida. E, dentre elas, está a ideia de que ele ama a si mesmo. Só faz o que pensa que é bom para si mesmo, especificamente para à sua pessoa. Tem uma consciência de que quem se manda é sua própria pessoa . E ninguém consegue mudar o seu pensamento" porque foi moldado para agir desta maneira.

E, se este homem vê a outra pessoa, seja quem for, como objeto, ele se apossa desse objeto. "Aí, ele cria situações para que aquilo jamais mude. Porque ele está certo de que, se mudar, o sofrimento dele será de cem por cento ou mais. Quando se vê ameaçado, acha que será insuportável conviver com a frustração, a perda. E cai na vulnerabilidade. Acha que ela será tão avessa quanto a morte pra ele", diz.

É um pensamento contraditório. Porque esse homem que coisifica o outro vai sentir essa vulnerabilidade extrema. Ele acha que vai resolver tornando o outro objeto dele. E, na medida em que essa vulnerabilidade instala desequilíbrio pra ele, o pensamento que ele começa a desenvolver é de que o outro é inimigo, o outro vai me machucar.

 Então, ele passa a criar uma defensividade impulsiva automática. Sem reflexão. E passa a ter como meta tornar aquela pessoa o objeto que um dia se submeteu a ele. E ela o fez com muito amor, enquanto ele continua com seu pensamento egoísta, machista, que a mulher não é nada que o homem nasceu para comandar, ser dono de tudo; isto acontece desde o primórdio dos tempos.

 Falta, então, educação emocional para o controle de impulsos. "O ser humano nasce como se fosse um cavalo selvagem. Então, força, impulsos e pensamentos precisam também ser educados para a convivência em sociedade. É como se fosse domar também os sentimentos.

 As emoções também têm de ser educadas. E, um mundo em que a educação se torna tão liberal e a sociedade tão conivente com o erro e passiva ao que conceituamos errado, como código de convivência, formar selvagens emocionais, que não sabem domar suas reações ao 'não', é uma realidade", sustenta.

Se a família não criasse um filho varão para ser escravo de si mesmo ele não seria um ser doente, psicopata,egoísta, pensar que casa com uma mulher para ser dono dela, como agiam "os antigos senhores" num passado não muito remoto. Mesmo em países como a Índia onde as mulheres já são destinadas a um homem que ela nunca viu, sem ler livre arbítrio de escolha. E diz-se que vivemos em um mundo informatizado, moderno... Globalizado.

Em mim ninguém mais mandará em nada porque sou dona da minha própria vida. Nascemos como os animais das grandes floresta; para ser livres e viver por nós mesmas. Muitas vezes escolhemos o demônio e ficamos com ele por livre e espontânea vontade. Mas podemos escolher um anjo e viver no paraíso pois creio existir um homem de caráter solto por aí.


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

segunda-feira, 20 de abril de 2020

DA TRISTEZA À PISTANTROFOBIA....

 
Na atual realidade é difícil aceitar o momento real, esquecer os momentos já vividos que foram muito drásticos e ocasionaram muitas transformações em minha vida e na de muitas outras pessoas, devido experiências vividas pouco agradáveis. Da minha parte nem preciso retocar detalhes por os estar sempre mencionando nos meus textos.
 

É muito difícil poder justificar os sentimentos para definir atos muitas vezes indecifráveis. Na maioria das vezes sentia uma apatia  tão grande que acordava e não me sentia predisposta a me levantar. Não entendia o motivo. Entretanto, depois de pensar alguns momentos, espreguiçava e saía da cama porque se continuasse ali ninguém me socorreria com toda certeza.
 
 
À vezes estes sintomas de inércia que  se repete por muito dias são sintomas involuntários pois são acometidos por lembranças e recordações que não se exprimem per estarem sepultadas debaixo de muita dor e sofrimentos camuflados. Camuflados... Por que não? Podem estar escondidos atrás de um lindo e triste sorriso. 
 
 
Já faz muito tempo escrevi sobre sintomas que ficam após um relacionamento muito sofrido, em sempre aceitar o que às pessoas lhe falam mas nunca retrucar, mesmo sabendo que é a certa e que os outros é que estão errados. Isto vai tecendo uma angústia muito grande dentro de você que, em muitos momentos se tem vontade de explodir.


Ao falar sobre a tristeza, preciso definir os tópicos que distinguem este sentimento da depressão. A tristeza é um sentimento intrínseco ao ser humano. Todas as pessoas estão sujeitas a tristeza. É a ausência de satisfação pessoal quando uma pessoa, que no caso seria eu, se depara com sua fragilidade.


- A depressão é a raiva e a vingança digerida na pessoa. Na prática, é uma tentativa de devolver para os outros, o que existe de pior em si. Mas em mim não existia nada de ruim e sim o que fizeram de ruim em mim, que é o caso de muitas pessoas que leem o que escrevo ou me seguem.


 Passei muitos anos com todos estes sentimentos adormecidos, até que me senti totalmente sozinha sentindo que precisava de alguém me me amasse como eu merecia. Mas... E o pânico que o meu desastroso casamento me deixou? A tristeza não chega aos limites citados na situação depressiva. Pelo contrário, é uma ferramenta valiosa para avaliação das metas de vida. 


Na infância, o modo de encarar a tristeza será definitivo para estabelecer a personalidade adulta. Mas minha infância foi muito feliz. Nela conheci o amor de meus pais, tios, avós, vivendo como não se vive hoje o que chamo de ser e estar pequeno e aproveitar tudo o que se pode tirar da natureza. Hoje em dia nada é natural.


A tristeza é a recusa. A dificuldade em aceitar o "não" torna-se desmotivante e abala a autoestima. Por outro lado, a rejeição e a incapacidade frente a alguns obstáculos leva a quadros mais sérios e profundos da tristeza. Isto se acumulou em mim com o passar do tempo; quando senti que precisava ser amada, tocada, acariciada mas, ao mesmo tempo, o medo dos homens falava mais alto que minha necessidade.


Comecei a conhecer muitas pessoas em que "o gostar" era intocável por estarem em um espaço diferente do meu. Passei a amar por dentro, sentir por dentro. O estranho é que muitas das minhas sensações refletiam em meu exterior, como se fosse um orgasmo incontido. Assim defini minha tristeza e depressão, embora tudo fosse igual. Agora que já disse o que penso sobre a diferença da tristeza e depressão, digo que devemos evitar rotular ou mesmo nos autodepreciar com os pequenos problemas do cotidiano.

Irremediavelmente quando nos vemos e sentimos envolvidas com os dois sintomas, posso até dizer que ambos nos levam à "pistantrofobia",  que um medo incontido de nos aproximarmos de uma pessoa ou a deixar se aproximar, seja para se relacionar ou mesmo por amizade, porque temos medo de ser tocadas ou mesmo de confiar; tudo devido ao passado. Sempre digo a mim mesma que é melhor ir amando pelo avesso a uma pessoa que admiramos, que achamos inteligente, culta, sem que ela saiba.

Este medo incontido é chamado de pistantrofobia. Após o fim de um relacionamento amoroso traumático, briga com algum familiar ou corte brusco em uma relação de amizade é bastante comum passar por uma grande tristeza que, provocada por diversas expectativas, faz com que uma pessoa tenha dificuldades em confiar e se abrir com o outro. Você pode conhecer o sentimento, mas talvez não saiba que isso tem um nome: pistantrofobia.

Pistantrofobia é, como a nomenclatura indica, uma fobia ou um medo irracional de confiar em outra pessoa. Normalmente, o fenômeno ocorre depois de uma grande decepção nos laços afetivos, somados a traumas e experiências ruins no passado. Diante das informações, você deve perceber que praticamente todo mundo, em algum momento da vida, já sofreu com a experiência.


Além de poder causar isolamento social, atrapalhando as relações profissionais e pessoais, a pistantrofobia ainda pode provocar sintomas físicos como nervosismo em excesso, ansiedade, estresse, boca seca e suor frio. Trabalhar o autoconhecimento, reconhecer as inseguranças e prestar atenção à autoestima são importantes para se livrar do problema, além, claro de aprender a exercer o perdão.

 Mágoas e frustrações sempre surgirão no caminho, mas quem consegue superar a tristeza, relevar e seguir em frente possui maiores chances de não ficar preso ao passado e garantir a possibilidade de sempre seguir adiante. É um um problema difícil de sair totalmente dele quando o passado não a liberta literalmente das correntes. Não digo isto se referindo a mim mas da outra parte que, apesar de estar com outra, está, no meu modo de ver, sempre controlando meus passos sem estar junto a mim.

Minha felicidade só existe e é total quando durmo e vivo a minha vida interna, onde sou dona das minhas vontades, dos meus desejos mais íntimos e sei que ninguém me machucará, me violentará nem erguerá a mão contra mim. Espero que todo todas tenham entendido o meu ponto de vista, o meu modo de ver tudo e pensar. Talvez ainda exista uma possibilidade, ainda que remota, de viver meu sonho do lado direito....


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

quarta-feira, 15 de abril de 2020

NÃO PODEMOS TER MEDO DE LUTAR

Quando somos agredidas fisicamente, verbalmente e psicologicamente, perdemos  ou sentimos que perdemos nossa força interna,física e moral. Depois de ver muitos casos, ler reportagens, filmes e depoimentos de muitas mulheres pensei profundamente neste assunto, o mesmo que me fez criar este "blog".

Na época, como muitas jovens mulheres, fiquei acuada como uma ovelhinha emparedada por um animal selvagem. Nosso pânico é tão grande, no momento, que a única coisa que fazemos mecanicamente é proteger nosso rosto com os braços (exatamente como quando tropeçamos e caímos de frente.

Estas cenas passeiam quase todos os dias na minha mente, me cobrando o por quê de não ter agido diferente naquela época. Estava com minha filha bebê no colo e ele, bêbado, um tanto louco porque, por precaução e, também, para poupá-lo, peguei a garrafa de whisky, a qual já tinha bebido a metade e joguei o restante na pia da cozinha.

Ficou tão exaltado que me me deu uma bofetada tão forte que girei 360° com a criança segura em mim. Ainda me chutou a perna, acima do tornozelo. Ficou alto no lugar e levou um ano para sumir. A mãe dele estava em meu apartamento e não fez, absolutamente, nada para me defender.

Se fosse mais velha, mais vivida, meus pais estivessem perto, na mesma cidade... Nunca me ocorreu chamar a polícia. De que adiantaria? Com a mãe perto, se pegasse qualquer aparelho que falasse, com toda certeza o jogaria pela janela.

Na vida não podemos ser submissas quando temos um monstro por companheiro. Praticamente foi sempre assim enquanto vivi com ele. Quando você não se defende e suporta tudo o que lhe vem para cima, você perde até o direito de sonhar porque sua vida se torna um caderno em branco, o qual só se vira uma folha todos os dias.

Só agora, depois de muito tempo comecei a enxergar muitas coisas que não via antes. Por exemplo: - Nunca devemos  encher nossos filhos de mimos. Devemos, sim, lhes dar todo o carinho e amor do mundo mas, primeiramente, devemos lhes ensinar ser forte, saber se defender das maldades da vida; ser tão resistente como uma montanha, para não passar por tudo isto.

Já faz bem tempo que assisti um filme que, para mim, é a história de uma moça forte, que soube lutar para se defender do marido paranoico, psicopata. Já o vi uma dúzia de vezes e serei capaz de o fazer mais algumas vezes porque sempre encontro um pequeno detalhe interessante que não notara antes.

Aconselho muito a vocês mulheres o assistir. Chama-se "Nunca Mais", com Jennifer Lopes. Toda vez que o vejo mais uma vez penso: - Se eu tivesse agido assim não me sentiria uma derrotada a vida toda, com medo, pânico por todos os homens.

Assistam-no e cheguem à sua própria conclusão. Vejam como é se sentir forte e, se tiverem medo, não deixe que ele a floresça em sua pele. "Nunca Mais" foi uma lição tardia para mim. Nunca se deixem abater. Não podemos ter medo de lutar...



Testo de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance



 



quinta-feira, 9 de abril de 2020

COMO ESTÃO COMPORTANDO OS HOMENS NA QUARENTENA DO COVID 19?

Estamos confinados. Quase o mundo todo está de quarentena. Neste momento estou muito preocupada com a segurança de todas às mulheres que têm problemas relacionados com os homens. As mais corajosas que chegam a pedir o divorcio estarão sujeitas a um perigo maior porque os homens se sentirão ameaçados, mais fracos,  podendo, nesta altura, atacar a parte mais fraca; no caso sua esposa, namorada, companheira...

O estar confinada em casa deixa às mulheres sem muitas alternativas para recorrer em caso de ataque súbito. Hoje em dia, para conhecer a dimensão da maldade humana é só acessar as páginas de notícias da internet. Os crimes e massacres se sucedem com uma frequência tão grande que o público acaba ficando anestesiado.

Uma UBS recebeu uma paciente jovem, com um pouco de falta de ar. Disse ao médico que a tendeu que estava com COVID 19 e estava com muito medo pois seu marido disse que faria alguma coisa a ela se pegasse a doença em seus filhos.

 Para o plantonista o pânico de sua paciente é sintoma de mais um desafio trazido pelo coronavírus; mas sua falta de ar adivinha de uma crise forte de ansiedade, causada pelo comportamento acusativo de seu marido entérico

Diante da recomendação da Organização Mundial da Saúde de permanecer em casa, o Brasil também tem que dar conta do agravamento da violência doméstica: seguindo as previsões da ONU Mulheres e do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, houve aumento de 17% no registro de denúncias pelo canal Ligue 180. De cada dez mulheres mortas no ano passado, uma morreu dentro de seu próprio lar; ficar em casa certamente não significa se manter segura.

 "Estamos falando de um problema que não tem gênese única. A pandemia acaba acarretando em um estresse maior para pessoas: ficar em casa é uma coisa, ficar em casa porque o mundo exterior é perigoso é outra. Além da situação de insegurança econômica, a proximidade física e o aumento do uso de substâncias como fuga que também faz com que os parceiros se tornem mais violentos", desumanos, faz com que o diabo ou um monstro hediondo vá nascendo dentro dele, pronto para atacar a qualquer momento.

"O fim da quarentena não acabará com a violência doméstica. Sabemos que o nosso sistema de proteção a mulher já é deficitário. Essa discussão já acontece há anos em relação ao horário de funcionamento da delegacia da mulher ou o atendimento que deixamos de receber em hospitais. É uma obrigação do Estado proteger essas mulheres.

 Assim como proporcionar abrigos e proteção para que mulheres possam se manter afastadas desses homens, além de incentivar canais de denúncia.Neste momento ficar em casa é muito mais perigoso para estas mulheres que são ameaçadas ou sofrem agressões constantes dos seus parceiros, sem ter como fazer uma denuncia; muito menos chamar por socorro pois ele as mantém como hipnotizadas.

Prevenir e combater a violência contra as mulheres é a tarefa das mais complexas e exige como política pública a articulação de diferentes serviços em uma rede integrada de atenção `mulher que vive em situação de violência.

Hoje em dia, para conhecer a dimensão da maldade humana é só acessar as páginas de notícias da internet. Os crimes e massacres se sucedem com uma frequência tão grande que o público acaba ficando anestesiado.

Creio  que mesmo quando esta pandemia passar (não posso prever quando ou quanto tempo irá durar), o homem continuará a bater, torturar e matar mulheres; por motivos banais, sem motivo ou para satisfazer o seu machismo.

 Se existisse uma lei realmente dura, que fizesse com que eles pagassem por seus crimes brutais, poderia dar certo, mas a "lei" é relapsa, frouxa... 


Texto de: JUSSARA SARTORI
Poetisa, Escritora & Freelance

 

domingo, 5 de abril de 2020

COMO ESTÁ A VIOLENCIA DOMÉSTICA EM TEMPO DE COVID 19?


A  estatística mostra que o índice de violência doméstica aumentou muito neste momento de quarentena em todo país, com na maioria dos países do mundo. Onde mais acontece é em aglomerados, favelas, onde às pessoas têm pouco espaço, morando, muitas vezes, em uma casinha de dois, três ou quatro cômodos.

Esta aproximação quase obrigatória faz com que o diabo desperte nos homens o inferno que ele traz dentro de si. Diria que poderia existir uma "lei" mais rigorosa para com os homens; mas já temos a Lei Maria da Penha. Conteúdo bem elaborado mas que não funcionou no Brasil.

Se tivéssemos uma "lei" que se fizesse cumprir tudo poderia funcionar bem e as mulheres estariam, realmente, protegidas. Mas nossa justiça é falha. muitas pessoas que poderiam dar o exemplo de boa conduta e comportamento agem como um verme: a começar pelo atual presidente da república, que já desacatou uma mulher em público.

Outros países também registraram aumento das agressões dentro de casa desde o início da pandemia. A França anunciou esta semana que pagará quartos de hotel para vítimas de violência doméstica e abrirá centros de aconselhamento após o aumento dos casos de abuso na primeira semana de quarentena.
 O acréscimo foi de 36% em Paris e 32% no resto do país após o confinamento, no dia 17.
“É um padrão aprendido ao longo da vida por parte dos homens. Algumas situações de estresse funcionam como gatilho para esse comportamento”.

 O enfermeiro Antonio De Pace, de 28 anos, confessou ter matado a própria namorada, a médica recém-formada, Lorena Quaranta, de 27, na Itália. Logo após o crime, o homem ligou para as autoridades. Ele ainda tentou se suicidar cortando os pulsos, no entanto, foi socorrido. As informações são da jornal Daily Mail.

Segundo o jornal, os dois trabalhavam no mesmo hospital em Messina, na Sicília, e cuidavam do atendimento de infectados. Antonio disse às autoridades que matou Lorena porque ela havia lhe passado Covid 19. No entanto, o casal foi testado para a doença, mas os exames não apontaram diagnóstico positivo para o Covid-19. As autoridades italianas estão investigando o caso. Antes do crime, Lorena chegou a publicar nas redes sociais um texto sobre a morte de 41 médicos italianos por Covid-19.

“Agora, mais do que nunca, precisamos demonstrar responsabilidade e amor pela vida. Vocês devem demonstrar respeito por si mesmos, suas famílias e o país. Vamos ficar todos em casa. Vamos evitar que o próximo adoecer seja um ente querido ou nós mesmos”, escreveu a médica.
 Apesar da insistência do presidente da república em minimizar a situação, chamando o vírus de simples resfriado o Covid-19 tem matado milhares mundo afora e paralisado a atividade econômica global.

 O Brasil também tem começado a parar e, cada vez mais, aqueles que podem ficam confinados em casa. Dado este novo cenário, com impactos ainda muito incertos, gostaríamos de levantar uma questão que já aparece na mídia internacional: a possibilidade de que aumentem os casos de violência doméstica; aliás, já tem aumentado.

Estudos da própria Organização Mundial da Saúde mostram que em períodos de crise econômica os riscos de violência física e sexual aumentam. Em um contexto de crise sanitária, econômica e social, “muitas pessoas sentem como se estivessem perdendo o controle e buscam maneiras de lidar com isso. 
Mas quando um abusador sente que perde o controle, ele coloca a vítima em risco”. Também, um estudo sobre a violência na Rússia aponta que os gatilhos para comportamento violento são mais comuns em fins de semana, quando as interações familiares aumentam. Este componente está presente nesta pandemia: o aumento do confinamento.

Em favelas os homicídios aumentaram porque  tudo contribui para que isto acontecesse. O homem achou o cenário perfeito para soltar o monstro que tem dentro dele. Muitas vezes mata a companheira na frente dos filhos ou foge. Onde está à justiça nesta hora? Se esta quarentena se esticar por muito tempo teremos assassinatos a se perder a conta.

A mulher sempre teve um papel muito pequeno na sociedade (desde sempre), apesar ter demonstrado, em muitas ocasiões, ser mais capaz que o homem. Será que neste nosso período de confinamento social os homens não se socializariam mais? Sonho grande demais, não é mesmo? O mundo hoje é cruel demais! Não podemos mais andar tranquilas nas calçadas das cidades, nem caminhar durante à noite porque a morte pode estar nos esperando em qualquer esquina, em qualquer vão das casas... Tomara que eu não esteja tendo pesadelos demais...


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escirtora, poetisa & Freelance

segunda-feira, 9 de março de 2020

NÃO SE PODE CRER EM NADA.. NINGUÉM...

Não sei como exprimir, porque também sou mulher. Só lhes posso dizer que somos grande idiotas. Muitas vezes, por nos acharmos carente (de amor, de companhia, de carinho, de alguém para conversar... ou mesmo para amar e ser amada).
Só que, por ser muito sonhadoras, podemos nos deixar cair no conto de um sonho. Acreditem que isto pode ser muito perigoso; talvez você poderá ser morta por inocência. Caramba! Como os homens sabem ser ordinários!

Deixei uma conversa de messenger tomar um rumo um pouco mais longo. Pensei até o homem chegaria, mas não tive coragem de ir mais além. Meu Deus, que homem vadio!
Ele começou dizendo que era divorciado, que já tivera duas esposas e elas o depenaram e levaram até o seu material de trabalho, porque a pessoa de que falo é um safado de um fotógrafo. 
Como pode, uma pessoa que fotografa imagens lindas, uma natureza deslumbrante, poder ser um homem tão à toa assim...

 Começou me enviando imagens lindas da natureza. Em algumas intercalava uma natureza com uma linda colcha, salpicada de almofadas e guloseimas excêntricas, destas que veem em filmes românticos, dizendo que sonhava estar ali comigo. Da minha parte, esta ideia não passaria nem em pesadelo, porque o tal fulano era feio demais.

Deixei a conversa fluir e ele postou um quarto lindo, que me lembrou um de um sheik, um homem da Arábia.. E, apesar de um sheik ser muçulmano e ter uma cultura ordinária, por ter dezenas de esposas,
continuei.
A princípio só me chamava de "senhora", sempre dizendo ter muito respeito por minha pessoa; que era uma pessoa culta, de boa formação... Romântico, terno, carinhoso e gentil. Às vezes me enviava mensagem de voz. Quis me fazer uma ligação mas não consenti pois não queria estar cara a cara com o diabo.

Continuava me enviando foto lindas, me elogiando e jogando charme, como se me conhecesse. Parece que a desgraça esqueceu que possuo um Blog sobre violência doméstica e psicológica. Nestas alturas estava me chamando de querida, que nós tínhamos muito em comum... Que não gostava de dinheiro...


Respondi-lhe que dinheiro só era bom para viver com decência,dignidade, comer, vestir, estudar, calçar... Que acumular dinheiro para ser infeliz e, depois morrer, deixando o montante para os parentes ficar brigando por uma fatia... Disse que concordava...
Nestas alturas postou outro quarto sofisticado.Disse que sonhava com nós dois ali...


Falei: - Como pode sonhar uma coisa destas se nem me conhece? Não se vive só dentro de quatro paredes. Adoro à natureza, caminhar, fazer trilha, curtir tudo que é belo com que ela nos presenteia...
Idiota! Retrucou que poderíamos caminhar em uma floresta linda e fazermos amor na relva; que ele sabia ser muito carinhoso, gentil e iria me amar muito.


Nesta altura, disse basta para mim mesma. Não era obrigada a ficar lendo e escutando àquele traste. Voltei ao facebook, ao messenger outra vez, e fiz  o infeliz virar fumaça. E, ainda está me aborrecendo, pedindo amizade.


O que quero lhes dizer é o seguinte: - Um puria como este, se você acreditar nas palavras doces, de homem bonzinho, romântico, coitadinho... Poderá chegar até você, se tiver oportunidade, é matá-la.
Por isto vamos prestar atenção nas redes sociais. A natureza é maravilhosa, mas não para servir de cenário para a sua morte. Ao inferno, homens assim!...


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance


quarta-feira, 4 de março de 2020

COME SARÀ IL UOMO DI QUESTO SECOLO?

Molta volta mi chiedo come sarà il uomo di domani. Come vorrei sapere si tutto è molto stordito, triste... La vita di la donna stà in pericolo e non può fare quasi niente.Per me il uomo del secolo XXI sará un mostro che distruggerà tutti le donne, indipendente di essere bella o brutta, ricca o povera... Vado conoscendo gli uomini e la sua immagine diventa sempre più mostruosa. Ho paura di relazionarmi con loro adesso. No sono felice da sola; vivo spaventata di conoscere e approfundire  in qualsiasi relazioni maschili. La mia vita era così dolorosa  che non ho nessuna intenzione di passare per tutto altra volta.  Tutti gli uomini sono falsi; e miei sogni sono così belli... Meravigliosi...  Tale mostruosità disturba miei pensieri e sogni..

Una volta ho visto un film cui uomo  essere un robot e non aveva un cuore. Ma in realtà ero meglio che un essere umano nel suo aspetto fisico. Questo uomo/robot ero un perfetto gentiluomo; dotato di una intelligenza formidable, faceva tutti che un uomo comune non sapete sa come si fa.Non ero bello ma sua inteligenza superavo tutto il resto. Ero così formidable che la sua perfezione superato la macchina.... E lui si è trasformato in un uomo,  perché, come un robot, ha iniziato per amare la tua amica con l'amore più puro che non esiste em um uomo umano.

Oggi ho osservato che l'uomo è nato con la mente infetta dal cattivo.  Vedo bambini uccidendo i loro stessi genitore. Essere triste poter vedere come il male nasce con loro. Sento  risentita vedendo tutto questo e non potendo fare niente. Molto tempo fa io sentito più sicura quando avevo il mio amico di lota, Roberto Rossi, per combattere  con me, per aiutarmi... Adesso lui è sparito  i io mi sento da sola, persa; proprio ora che possono facere mi capire meglio. Ho paura di l'uomo adesso. Essere tantti cosi che vedo e mi fa male..

... Come uomo uccidendo una donna, tagliandola in pezzi e dandola ai cane affinché si ntrano di carne umana; facendo tutto questo davanti al loro figlio di un solo anno; un piccolo bambino....
 ... E il crappola non si nemmeno bloccato per molto tempo. E già in strada per, forse, per uccidere altre donne.Non è giusto in nome di Dio....

Donne nondevi mai fidarti in ogni uomo che ha come compagno; sia fidanzato, marito o amici. Nessuno è confiabile. Dobbiamo sospettare di tutti. È questo mondo loco, debile mentale...... E il marito americano che uccise sua moglie  e trè figli; tutti belli come gli angeli. Oggi io propria mi sento una persona diversa di tutti altri. Ho paura di tutti. Di uscire da sola in sera.. Questo non è normale, lo so. Ma... che  cosa da fare? Impossibile! Questo stà in me come una malatia crudele.

Molta volta  trascorrere un sacco di tempo senza che scrivo perché, oggi in giorno, le storie non cambiono molto; appena cambia posto, paesaggio, ma le donne continuano da sterminare.
Vado contiuare lottando per la mia causa, che non altra sennò La Violenza Domestica.


Testo di: JUSSARA SARTORI
SCRITRICCE, POETESSA & FREELANCE