segunda-feira, 26 de agosto de 2013

NÃO DEVEMOS USAR ÀS PESSOAS E SIM RESPEITÁ-LAS!!!


Às vezes, sentada nesse meu recanto, fez com que eu até percebesse sons no barulho do silêncio. Essa monotonia, que não tem nada de  extasiante nem romântica, faz com que me translade rapidamente de um pensamento para outro pensar; do mais infeliz e negro pensamento que violaram minha vida, ao som de um bebê chorando e eu o amamentando, com suas mãozinhas sobre meus seios, sugando insaciável meu leite, o néctar que lhe sustenta e lhe passa vitalidade, meu amor, que desce sereno por aquela boca tão pequena, sua cabecinha forçando para me sugar, longe de ainda pensar que a vida não é somente o calor daqueles braços que o sustentam com toda doçura do mundo.
 
 
 Outro ponto apaga aquela visão doce e sinto um demônio contando minhas roupas tão lindas, de fina grife, rasgando o restante e babando sobre meus cabelos, impecavelmente macios, lisos, sedosos, aquela gosma asquerosa, cheirando ... não, fedendo a álcool, fazendo meu estômago repugnar, sentir náuseas, enquanto sinto uma dor lacinante, bem entre minhas pernas.
 
 
 Ele conseguiu enfiar tudo que era dele por direito, mas que estava morto, inerte, por causa do efeito da bebida. Eu estava sangrando, com muitos hematomas nas pernas, no ventre, na alma e no coração. Como pode? Estou numa sala de cirurgia; minha princesinha está para nascer mas a anestesia  não fez efeito. Sinto o bisturi me retalhando. Apertei, com força, a maõ do anestesista e não vi mais nada pois a dor era brutal. Sinto-a em meu cérebro até hoje....
 
 
 Por que será que as piores dores dores sempre vão e voltam num átimo de segundo? Estava entre a cozinha e a copa. Aquele demônio estava caindo de bêbado. Deu-me uma bofetada tão forte que me fez cambalear, apertando minha princesa dos olhos da cor do céu e cabelos de ouro, bem forte contra o meu coração para que nada de mal lhe acontecesse. Senti uma revolta e uma humilhação tão grande que segurei minhas lágrimas para proteger minha filhinha tão linda e tão especial.
 
 
 Foram nove longos meses de espera, em cima de uma cama, pois eu não podia andar muito para não perdê-la, por ter a placenta prévia. Que parque lindo! Que vegetação exuberante... Aquele lago com cisnes brancos nadando em sua harmonia real. Naquele recanto eu era tão criança como os meus bebês, pois só podia contar com o amor deles para me dar forças para continuar lutando contra o "mal animal". Onde estava a minha força, aminha coragem?
 
 
 O ódio era imenso, mas o mêdo me prendia, segurava meus pés no chão como se fossem duas bolas de chumbo. Meu Deus, eu poderia ter lutado contra todas as convenções e se mãe solteira,usar outros métodos, como a ensiminação artificial. Consegui ser pai e mãe, mas meus pobres filhinhos cresceram revoltados e tristes; cheios de rancor. Por mais que pedisse a Deus e procurasse me esmerar em uma educação dentro dos preceitos de Deus e, rigorosamente seguindo às normas do clã (falido e desnecessário na época de hoje).
 
 
 Consegui nes libertar das correntes que nos oprimian, mas que deixaram em nosso coração e alma sulcos profundos de um sentimento negativo que poderia ser evitado se eu não fosse tão romântica.... Pensando que uma garota ingênua, pura, em todos os sentidos, poderia modelar o coração de um demônio,,,, Ah! Eu me esqueci que demônios não têm coração (desculpem-me pelo lápso de memória... Foi realmente feio!).
 
 
 Quando, enfim, me vi livre e tive a minha liberdade de volta, o medo, um imenso medo se apoderou de mim e passei a ter medo de todos os homens Agora vejo que existem "homens" e homens. Através de muitos sonhos naturais, em meio a uma vegetação nunca vista por mim; no meio de pinheiros lindos, meus sonho encontrou outro sonho perdido.
 
 
 Mas o sonho é real, é doce, delicado, acolhedor. Estou sentindo algo tão bom dentro da minha alma, do meu coração... Sinto leve como um pensamento e posso voar até seu leito, velar seu sono, acariciar o seu rosto sereno mas será que ele fará ou faria tudo igual ao que faço? Deixo a brisa me levar sempre até ele...
 
 
 Mas quando essa brisa regressará trazendo-o inteiro para mim? São 2:30, mas não estou sonhando... Não sou sonâmbula e não tenho o costume de digitar dormindo...Boa noite! Bom dia! Agora preciso repousar minha cabeça no peito quente e acolhedor da imaginação que é tão real e perfeita! Quero dormir, quero sonhar....



Testo de:JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

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