segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

VOAR

Reaprender a avoar novamente me assusta o pensamento, deixa a minha alma triste e me falta coragem para colar os pedaços do coração. Hoje, vejo, desiludida que, casar para não estar só, para ter os filhos que sonhou, acaba se tornando um pesadelo bem ruim; capaz de machuca por fora e por dentro. Muitas vezes, me sinto como uma gaivota, caminhando na areia, com a água do mar marolando em meus pés, porque como ela, estou com a asa quebrada, não posso voar.
 
 
 Meus sonhos estão interrompidos, por não poder alçar voos noturnos, que me levavam a eles. Sofrer qualquer tipo de violência é como podar nossas asas, nos impedindo que possamos ser felizes, de amar e ser amada... Depois de trucidada você procura por algum tipo de socorro que a livre da morte e passa a se dedicar somente às suas crias, que foram feitas apenas com o seu amor. Dedica-se de corpo e alma àqueles anjinhos lindos, doando-lhes todo o seu amor, incondicionalmente, pensando em fazer deles "um ser humano de verdade".
 
 
 A luta é difícil, para uma mulher, como eu, ser mãe e pai para um casal. Anulei-me para isso. Até que, por um bom tempo, consegui momentos felizes, partilhando seus medos, suas ansiedades, rindo e chorando juntos. Até certa parte da vida não me  sentia tão só assim. Parei para pensar que a vida é uma eterna mutação; os seus anjinhos também crescem e voam para fazer sua própria vida. Começa o peso da solidão (eu odeio "estar só")..
 
 
.E um vazio enorme dentro de mim que não sei como preencher. Sempre dormindo a dor amenizava um pouco pois alçava voos maravilhosos, que me levavam onde meu coração mandava. Quando se voa nos sonhos você supre todas às suas necessidades (essas necessidades estão dentro de mim mas não sei o que é isso; dou a essas faltas físicas o nome de amor, amar, ser amada; no meu pensamento, nos meus sonhos, tudo fica lindo e, de certa forma sou envolvida pelas fantasias que descrevo em poesias, como se fossem reais.
 
 
 Quando amanhece e o sol brilha lá fora é que a minha vida vira noite. Tudo fica escuro, pois não posso voar, não posso suprir o desejo, a vontade daquilo que vivo nos meus voos  das noites) e pensa que é real. Só quando estou diante do teclado, tentando ajudar às outras mulheres que entro em guerra comigo mesma. É inadimissível que eu, uma pessoa adulta, consciente da minha consciência. Tentando ajudar outras mulheres vejo, com tristeza, que voo demais, sofro demais...
 
 
 Já fazem alguns dias que não sonho; tenho pesadelos aterrorizantes a respeito dessa solidão. Um amigo disse para eu reaprender a voar. Não quero mais alçar voos. Se cair a queda será horrível! O que não faz um casamento mal elaborado, não compartilhado, sem amor e com uma violência que chega a doer quando penso. Reergo-me um pouco e digo: não pense, ajude! Guerreie com os inimigos que fazem estragos muito grandes nas vidas femininas... Então eu me pergunto? Para que voar? Não pegamos a felicidade voadora porque ela, simplesmente, não existe.



Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poeta & Freelance

3 comentários:

  1. Questa immagine ci da tanta tristezza. Non si può volare con un'ala spezzata, quest'angelo che scruta l'orizzonte, forse nella continua e costante attesa e speranza di vedere all'orizzonte, (come un infinito), il volto di una persona che arrivi a Lei, come la storia della sirena infelice (La Sirenetta di Copenaghen) che sogna di poter camminare sulla terra ferma per raggiungere l'uomo di cui si è innamorata, sacrificando così la sua vita nel mare, come un gabbiano ferito. Questo fatto ci porta "all'Insostenibile Leggerezza dell'Essere". Si può amare una persona pur sapendo che questa è lontana, amare vuol dire ti amo anche se non ci dovessimo vedere mai, ti amo perché tu sei così. E' molto sottile il confine tra idealismo e realismo, non parlo del "virtuale" perché è una parola che non mi piace.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Non avrei mai dire "Ti amo perché sei così." Parla io amo perché amiamo l'un l'altro, lo stesso desiderio di essere felici, di condividere gioie e dolori, per essere istruiti e imparare a sperimentare una cultura, hanno sempre un sorriso nel mio cuore, conservati per la notte (caldo o freddo). Essere in grado di aderire alla persona amata, vi darà le mani e dividere la loro lotta, è per una grande causa.

      Excluir
  2. Eu jamais diria "eu o amo porque você é assim". Falaria que o amo pois nos amamos, temos o mesmo desejo de ser feliz, de compartilhar alegrias e tristezas, de sermos cultos e saber vivenciar uma cultura, ter sempre um sorriso no coração, guardado para a noite (seja quente ou fria). Ser capaz de se juntar ao ser amado, dar-lhe as mãos e dividir sua luta, que é para uma grande causa.

    ResponderExcluir