quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

AS MÁSCARAS DO FEMICIDIO OSTENTAM A INDIGNAÇÃO DO MUNDO...



Muito tenho lido e escrito sobre esse tema... Oferecido à minha ajuda, uma maneira mais sutil e subjetivo de colocar um ponto final nesse sofrimento incomensurável, que é o "femicídio", mas tenho apenas monologado pois falo ao vento, que arrastam à frente minhas palavras. Enquanto solicito uma sugestão, uma união de pensamentos, porque vários cérebros unidos funcionam melhor e poderão rebater uma má ideia, sugerindo outra melhor elaborada elaborada e com maior chance de dar certo, de atingir no alvo o objetivo em questão.


Apresento sempre uma ideia que, se melhor pesquisada, poderá colocar algemas eternas nos pulsos desses assassinos hediondos. A intolerância ao femicida que cai sobre um universo multifacetado de atores sociais ou mascarados, rotulados a partir de discursos e práticas heterogêneos. Algumas  dessas manifestações são feitas através de protestos nas ruas, verbalmente ou, como eu, através de blogs, revistas e jornais. As arenas da intolerância são delimitadas ou estendidas por critérios religiosos, sexistas, etários, raciais, étnicos, políticos, entre outras fontes de estereótipos que (des)orientam as práticas (anti)sociais.


 As vítimas sempre são expostas a humilhações, sofrimentos ilimitados até o momento do óbito. E como têm agido essas classes sociais citadas acima? Estão a espera de um milagre? Que Deus envie Jesus pela segunda vez para essa nossa "Torre de Babel?" O que significam essas predisposições à evitação, aos comentários desabonadores (ao femicídio), à desqualificação pública, aos atentados à incolumidade, á tortura, ao assassinato de mulheres inocentes, de anjos e ao holocausto, que é o que estamos vivendo, mesmo depois do término da segunda guerra?


 Tenta-se aqui esboçar esse arco sinistro de possibilidades. Os diversos contextos desses dramas e tragédias suscitam diversas formas e dinâmicas sociais, simbólicas, políticas econômicas institucionais e psicológicas. No Paquistão, Afeganistão, Índia (na Ásia Meridional, enfim) a situação está incontida, pois são países muito pobres,  de pouca ou nenhuma cultura, onde a barbárie caminha como a "epidemia negra" entre as mulheres que procuram se instruir, para dar uma vida melhor ao seu povo e... são exterminadas como age a moléstia nas pessoas.As vítimas da intolerância têm muito pouco em comum na maior parte dos casos.


 Cultivam projetos e vivências, visões de mundo e estilos de vida particulares. Assim como são particulares os modos como são atingidos. Algo porém parece atravessar a todos. Algo obscuro. Em certos casos, indefinível. Em outros, escandalosamente óbvio, redundante e vulgar. Entre as distinções mencionadas, encontra-se aqui uma outra: - A de achar a ponta do fio onde começou toda essa história de femicídio. Questões tão complexas,quando propostas ao debate público, requerem essa multiplicidade, instigante para o diálogo e a reflexão. Por outro lado, ciência, política e ética estão sendo constantemente convocadas para lançar alguma luz sobre esses cenários sombrios. Afinal as ciências humanas


Afinal as ciências humanas e sociais mantêm vínculos com o envolvimento solidário e o compromisso político.Assim especialistas de distintas áreas voltam--se para segmentos particulares. Trata-se não só de suscitar um debate sobre esses temas, mas também de repensar nossa convivência
com o outro, na escola, no escritório, na fábrica, no ônibus, no elevador, na vizinhança, na praia, nos estádios e em tantos outros espaços sociais.Outro, em seu sentido radical. Não quadruplicações de nós mesmos. Afinal, princípios e conceitos que inspiram e orientam o debate e a reflexão sobre o tema conectam-seem múltiplos planos com os princípios que deveriam modular as relações com a diferença.


 Besta onívora, a intolerância, ora se alimenta de ninharias, ora parece querer devorar o Cosmo. Na História recente, transformou os mais hediondos crimes em espetáculos grandiosos.Já no cotidiano obscuro, persegue, anônima, uma a uma, suas vítimas silenciadas. Eis nossas inquietações e perguntas. Foramelas que nos moveram a publicar esse dossiê.As respostas inquietantes estão nas páginas a seguir. Assumindo um compromisso contra “a cultura da levitação”, esperamos poder nos defrontar lúcidos com esses impasses, dramas e tragédias. Que tal enfrentamento e esta inquietação tenham vida longa entre as inquietações que nos atravessam.


 Mil ideias nos invadem a mente, querendo ser uma espécie de deusa do Olimpo, com superpoderes para enfrentar os vilões do femicídio. A  primeira coisa a ser feita é adicionar mais uma matéria no curriculum escolar, que instrua aos alunos como se defender e conhecer um "femicida em pele de anjo". Esse seria apenas o primeiro passo a ser dado. O segundo seria formar uma ONG mundial onde todos trabalhassem em conjunto para que o problema em questão, que está tirando a paz de quase metade das mulheres do mundo suprisse efeito e todas elas pudessem falar tranquilas e sem medo: - Eu sou uma poesia por dentro e por fora; tenho liberdade para transitar se pânico... Tenho  o direito de "amar!"



Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

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