sábado, 11 de janeiro de 2014

POR QUE SONHAMOS?


Muitas pessoas se perguntam: Por que sonhamos? Eu nem me pergunto por que sonho (adormecida ou mesmo acordada, quando deixo meus pensamentos flutuarem no espaço, sem compromisso com a vida terrestre, porque aqui, em terra firme ela é efêmera, Se não sonharmos passamos pela vida sem ter realmente vivido, pois são os sonhos que sustentam o meu corpo e alimentam meu coração e minha alma.
 
 Gostaria que minha vida fosse como The Perfect Life, de Mody. é uma música perfeira, onde me sinto acariciando uma simples flor, onde deixo uma Joaninha, um simples inseto, indefeso, passear pelos meus braços e, depois alçar seu voo, novamente, para a natureza, seu habitat. São pequenas fugidas da realidade, como essa, que me faz sentir mais humana, apesar de plenamente só e menosprezada por que vive no meu coração.
 
 Um ser que chegou tarde demais, apesar do meu corpo são e a minha vitalidade para poder amar e poder gozar de todos os prazeres que visualizo no espelho da minha alma. Isso é sonhar; sonhar com algo que nunca será real; o que me leva a pensar que sou filha do infinito, porque muitas vezes me deixo navegar na brisa e chego a lugares incríveis, que muitos olhos que me leem nesse exato momento me chamariam de demente ou algo parecido. Sou uma fugitiva da realidade; escondo-me atrás da fantasia por pura covardia, por não saber encarar a vida de frente e dizer para mim mesma:
 
 - Você é uma perdedora; jamais conseguirá a única pessoa que ama, porque ela chegou tarde demais em seu espaço mágico onde acontece de tudo (choro, esbravejo, blasfemo, sonho acordada, dormindo, penso no que poderia ser o meu futuro e deduzo: -Because I love? Por que eu amo? Because a dreams? Não sou sonâmbula mas uma fugitiva de mim mesma, para não aumentar mais o sofrimento a dor. Como diz meu amigo Roberto Rossi, existem milhões de pessoas presas em gaiolas neurais. Por que em gaiolas neurais?
 
 Porque estes seres estão arraigados a ignorância, a sede de usar, e não amar, de deformar um corpo de um anjo, deixando-o cheio de sequelas, sem poder gerar mais outras vidas pois lhe atrofiaram a sua parte mais bela, onde ela concebe a vida. O femicício, atualmente, é cometidos em massa. Por que esses vilões têm sede de sangue de destruição ao ser mais perfeito, criado para fazer a eles mesmos felizes, complementar e expandir a população mundial.
 
 Em minha visão sobre a cultura mundial, os costumes se diferem muito pouco e é muito fácil de se adapitar. Conheço muitos homens humildes que vivem no campo e que são ótimos maridos, carinhoso, bons pais e jamais abusam de suas esposas; e não tiveram nenhum contato com a alfabetização.
 
 Chamo isso de simplicidade, amor a Deus e que receberam uma boa educação social dentro do espaço a eles demarcados. Há poucos dias estive em Cuzco, no Perú e me deparei com uma cultura totalmente adversa, por ser um país pobre. Seus habitantes vivem do que produzem, que são malhas tecidas a mão (de llama, Vicunha e Alpaca) é um belo artesanato
 
. Mais a maioria são nativos e bem pobres. Hospedei-me na casa de uma nativa, em Chiavay em que sua casa era toda de barro. Foi uma experiência incrível. Mary nos contou que lá elas já tem seus maridos predestinados desde que nascem e, depois de casadas, elas os obedecem como cordeiros. Só de me imaginar nessa situação sinto um certo frio na barriga pois essa é uma relação combinada entre famílias que, de certa forma deve tirar algum proveito dessa troca recíproca.
 
 Por isso sonhamos, por isso sonho pois em minha realidade não se encaixa femicídio, homens selvagens, que ainda vivem em cavernas psicológicas, arraigados a costumes brutais, onde as mulheres não são nada, não têm valor como ser humano. Tive muitos momentos de sonhos reais região que circunda Cuzco.
 
 Tive o prazer de alimentar uma llamita e receber como prêmio um beijo nos lábios, coisa que quem eu amo jamais me dará pois, para ele, sou um simples objeto, um nada. É por isso que admiro a menina Malala, que quase morreu, pelas mão de fascínoras hediondos, conseguiu sobreviver e continua lutando pelos direntos das mulheres, com apenas 16 anos. Isso, a meu ver, é um exemplo de bravura e perseverança.
 
 Eu e Roberto lutamos, falamos, pedimos.... Mas precisaríamos de uma verba dos governos para continuar nossa luta contra o femicídio com mais garra, podermos trabalhar juntos e não separados, conseguirmos alcançar nossa meta que é acabar com a mordomia desses monstros fascínoras, que deveriam ser extirpados da sua arma letal, de deixam sequelas, muitas vezes horríves e irreversíveis nas mulheres.
 
Por isso continuaremos a sonhar dormindo, acordadas, soltar nosso pensamento no espaço para podermos fugir ou tentar não pensar em atrocidades praticadas para nos trucidar e acabar com nossa vontade de viver. Sonhar é maravilhoso mas nos priva da realidade, onde nosso corpo pode manifestar todas as emoções e penetrar em um mundo desconhecido, principalmente para mim.


Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

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