sexta-feira, 11 de julho de 2014

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DAS CRIANÇAS INDIANAS




Na índia acontecem muitos que eu mesma poderia dizer que o próprio Deus, que criou o mundo e tu que está contido nele..Nascemos para sermos livres, evoluir na vida, sermos dinâmicas e tão capazes como algumas celebridades consideradas as melhores do mundo.A índia é mais um país pobre, sem recursos ( lugar em que os humanos convivem entre si como se fosse a coisa mais natural)Sem muitos recursos e vivendo de uma crença arcaica, procuram sempre uma maneira de descartar às mulheres do convívio familiar, casando-as crianças, inocentes, com homens bem mais velhos...
É triste de se ver, de se falar... Imaginem uma criança sendo obrigadas ter relações sexuais com um homem que nunca viu (não têm consciência do ato que estão praticando pois considero isso um estupro. E, muitas vezes, são passadas ao irmão do seu dono... Sim, porque elas são compradas. Muitas vezes são sacrificadas por ainda serem crianças e não saberem nada da vida adulta. As muitas religiões criadas e inventadas naquele ponto do mundo nos mostra que seus homens são verdadeiros animais.

Cada caso destes que vejo, me deixa mais indignada, Nós nascemos livres e não somos mercadoria para ser vendidas como tal. As que conseguem sobreviver acabam ficando submissas pois, se fugirem, são caçadas e mortas.Cada dia que passa vou mergulhando mais e mais neste assunto "polêmico" e "triste" que, até o presente momento não foi solucionado, colocando nas mãos daquele lugar em que a "lei" ainda não chegou.Parece que é um acontecimento inverissímil, mas é verdadeiro; acontece lá na Índia. 

Existem certos casamentos, na índia que levam ao local milhares de caçadores de notícia ruim.
 O casamento marcado para 16h de uma segunda-feira no distrito de Dindori, Índia, ganhou as páginas de um jornal. Foi motivo de polêmica internacional pois a aberração foi muito grande. Mas ao contrário do que a tradição do momento possa sugerir, a celebração não foi um conto de fadas. Três horas antes do “sim”, quando nem mesmo o noivo chegara, policiais e voluntários de uma ONG local impediram que Shantaram Lindekar* casasse sua filha de 14 anos. O caso ocorrido em maio passado foi o quarto registrado no período de 30 dias no mesmo distrito, e é parte de um desafio enfrentado pelo país e já abraçado pela comunidade internacional.

Embora desde 1929 exista uma legislação restringindo o casamento infantil na Índia, atualmente cerca de 46% das mulheres com idade entre 18 e 29 anos casaram-se antes da maioridade no país, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde Familiar, de 2006. Tal cifra corresponde a 23 milhões de noivas crianças, aproximadamente 40% dos casos no mundo.

Em 2006, o governo editou uma legislação mais progressiva em que proíbe, em vez de apenas restringir, o casamento para mulheres menores de 18 anos e homens abaixo dos 21. Segundo a lei, qualquer um que conduzir ou consentir o casamento responde por crime inafiançável, sendo punido com dois anos de cadeia ou multa de 100 mil rupees (R$ 3.800), ou ambos. Em fevereiro passado, o Ministério da Mulher e Criança da Índia publicou um plano com metas — elaborado por governantes em 12 estados, ONGs e organizações internacionais — para acelerar a redução do casamento infantil na próxima década.

- A questão do casamento infantil foi um tabu por muito tempo. As pessoas não queriam falar sobre isso. O que estamos fazendo, agora, é trazer mais atenção para a questão e suas consequências, particularmente a questão da saúde da mulher e da violência doméstica - afirma Lakshmi Sundaram, presidente da associação “Girls not Brides”, que reúne 350 organizações em 50 países e integrou a comissão que elaborou o documento.

O movimento também acontece no cenário internacional. Em maio, o Painel sobre a Agenda de Desenvolvimento pós-2015 publicou um relatório em que recomendava às Nações Unidas incluir entre as metas para 2030 a erradicação do casamento infantil. Em março, o Congresso americano aprovou o Violence Against Women Act, que contém uma cláusula exigindo do secretário de Estado americano o desenvolvimento de uma estratégia para combater a prática.

- O casamento infantil não é só uma questão moral. É uma questão estratégica, porque o que acontece com uma menina individualmente afeta a estabilidade da sua família, da sua comunidade e tem implicações maiores para a estabilidade do país e de sua política externa - aponta uma pesquisadora do Council on Foreign Relations e professora de direitos da mulher na Georgetown University. Relatório publicado por ela no início do ano mostra como os Estados Unidos podem se beneficiar ao se envolverem na questão. A pesquisadora destaca que a prática prejudica o crescimento econômico e a saúde global, uma prioridade em que Washington gasta bilhões de dólares em ajuda externa a cada ano.

- A perpetuação do casamento infantil apenas exacerba pobreza, analfabetismo, problemas de saúde e instabilidade em locais já tomados por desafios complexos. É um momento crítico na vida de uma menina onde ela pode continuar na escola e se tornar mais capaz de contribuir economicamente para sua família e país ou se casar e ser exposta à violência sexual e abuso intoleráveis, muitas vezes nas mãos de homens muito mais velhos - destaca Rachel, que trabalhou com Hillary Clinton na secretaria de Estado dos EUA.Na Índia, o número de casamentos infantis vem caindo, mas em alguns estados o percentual ultrapassa os 50%. Os índices mais elevados são registrados em Bihar (64%), Rajastão (58%), Jharkhand (60%), Andhra Pradesh (56%) e Bengala Ocidental (53%). O problema é mais grave em áreas rurais, se comparado com centros urbanos, com 56% e 29% de prevalência, respectivamente.


- Aos poucos, está se elevando a idade média das meninas ao se casarem. Em algumas áreas, a redução acontece de forma mais devagar do que outras. E isso está muito ligado à pobreza. Quanto mais pobre é a região, menos escolas, hospitais, postos de trabalho estão disponíveis para que as meninas tenham perspectivas de um futuro melhor - explica Priya Nanda, diretora para saúde reprodutiva na ONG International Center for Research on Women’s (ICRW) em Nova Délhi.


Após o casamento, as adolescentes são, normalmente, tiradas da escola e expostas a riscos para a saúde associados à atividade sexual precoce e gravidez, como contaminação por HIV, parto prematuro e violência sexual Segundo pesquisa, a incidência do casamento infantil na Índia é de 77% entre meninas sem escolaridade, 62% entre aquelas com o primeiro grau completo e de 27% para aquelas com segundo grau ou mais. Outro levantamento da ONG revelou que, nos estados de Bihar e Jharkhand, mulheres casadas antes dos 18 anos tinham duas vezes mais probabilidade de relatarem episódios de abuso ou ameaça por seus maridos do que meninas que se casam mais tarde. Eles também tinham três vezes mais chances de serem forçadas a ter relações sexuais nos primeiros seis meses de casamento.


- Ser uma mulher, com pouca educação, de uma família pobre ou com muitos filhos, torna a menina mais vulnerável a sofrer abusos dentro e fora do casamento. O casamento infantil é majoritariamente uma resposta para um fardo financeiro - defende Sunayana Walia, coordenadora de um projeto, financiado pela União Europeia, que atua em áreas rurais para conscientizar meninas sobre planejamento familiar e educação sexual. - Se as meninas estão na escola e conseguem mais oportunidades de educação e trabalho, há um potencial de atrasar o casamento. O fator econômico é
muito alto e se isso é bem endereçado, há uma mudança de paradigma.


Em muitas regiões do país, o dote pago pelos pais da noiva é maior quando a mulher é mais velha e com escolaridade elevada, o que torna o casamento infantil mais atraente. É comum ainda que a família organize o casamento duas ou três irmãs, de diferentes idades, no mesmo dia a fim de economizar os gastos com a cerimônia.Ativistas indianos têm apostado em programas educacionais para conscientizar meninas e suas famílias sobre as consequências devastadoras da prática. Mas ressaltam que, em paralelo, é preciso fortalecer a legislação.Na prática, poucos casamentos infantis tornam-se caso de polícia, seja pela falta de fiscalização ou por um pacto de silêncio compartilhado na comunidade. No último levantamento do Escritório Nacional de Registros Criminais, em 2011, apenas 113 casos foram registrados.


- É fundamental assegurar que haja leis que tornem inaceitável o casamento infantil e que elas sejam implementadas, em todos os níveis de governo. Muitas vezes a lei oficial diz que crianças não podem se casar, mas cortes religiosas aceitam a prática. Outras vezes é muito difícil provar que houve crime por não há qualquer registro oficial contendo a idade dos noivos. Mas também é muito importante, da perspectiva do governo, oferecer alternativas de qualidade para que quando a menina termine escola ela possa ver possibilidades além do casamento para sobreviver.Os EUA, que parece querer dirigir o mundo inteiro, ostentando força e não ajudando nada, poderia investir com maior dignidade.... Já que se diz tão poderoso, com ares de autocrata, deveria usar seus dólares para acabar com essa vergonha que entristece a mim e qualqueroutra mulher que nasceu livre mas está de mãos amarradas para poder fazer algo de positivo para ajudar esses povos... Eu digo: - Esquecidos por Deus....



Texto di: JUSSARA SARTORI
Escritora , Poetisa & Freelance

Nenhum comentário:

Postar um comentário