domingo, 16 de março de 2014

MULHER, COM MUITO ORGULHO...


Há quanto tempo se tem lutado para amenizar a situação da mulher em todos os países do mundo? Perdi a conta pois vejo falar dessa guerra irracional, a violência doméstica, o femicidio, desde que nasci. Infelizmente passei por isso tudo e não pude conhecer o amor. Agora, já há dois anos, ele brotou em meu coração, mas me escorre pelos dedos, pois ele não tem coragem,enquanto fico por aqui sofrendo de misoginia, pois o casamento que tive não foi um "jardim do amor" e sim "as chamas do inferno, de onde me saí toda queimada, cheia de traumas e medos.
 
 
 Precisaria ser amada como a um anjo para adquirir minha segurança que, para dizer a verdade foi sempre um sonho muito lindo e, de repente, vi meu coração todo estraçalhado com milhões de gotículas de sangue espalhadas. Parece até mentira que depois de tanto sofrimento, decepção, maus tratos, violências de todos os tipos, ainda encontrei forças para colar cada pedacinho do meu coração e amar... Amar de verdade, apesar de uma distancia que, se fosse contar em quilômetros, seria, digamos, ir ao fim do mundo, Mas não é. Esse lugar existe e é maravilhoso.
 
 
 Todo o sangue que corre em minas veias começou a correr lá. Muitas vezes, quando me deito, na minha cama imensamente grande para mim, me ponho a pensar, repensar, como o mundo é imperfeito, como as leis são injustas e não cumpridas e nem obrigadas a serem, com um pouco mais de rigidez, pulso firme. Mas os governantes do mundo inteiro só pensam neles mesmos (excluindo as governantes, óbvio, pois as mulheres são mais dóceis e não têm a mente deteriorada daqueles que brigam pelo poder ou por demarcação de países, estados, cidades.
 
 
 Os homens gostam de fazer guerra (matar-se entre si por coisa alguma... asqueroso), e as mulheres gostam e querem ser amadas, ter paz; fazer do seu mundo uma imensa campina verde, cheia de flores, de todas as cores, onde pode correr com seu amado, fazer amor ente as flores... Isso eu chamo de liberdade de amar, espaço para sonhar.... Mas não sonhar internamente (não tem graça e o orgasmo emocional não é de se extasiar, como já me disseram pois o meu amor é um sonho, feito de voz, imagens, cartas mas... E a realidade? Quem eu amo não tem coragem de enfrentar a realidade e assumir seus sentimentos.
 
 
 Enquanto isso vou assistindo noticiários televisivos, vendo com meus próprios olhos e me horrorizando com tanta falta de igualdade. Quantas "leis" existem em defesa da mulher, como a Lei Maria da Penha que conheço em sua íntegra. Ela é cumprida? Os delegados de polícia dizem que sim,mas é mentira; a lei não é cumprida; já passei por horrores e não tive ninguém para me socorrer; por  isso me tornei uma misógina. Também sofro de monoteísmo pois toda inovação que aparece sempre tem uma parcela bem alta de maldade e sordidez. As vezes eu até me imagino conhecendo "a casa de Julieta", onde deixaria uma carta dizendo: 
 
 
- Quero estar longe desse mundo cruel, impiedoso, femicida.... "Eu só preciso e quero ser feliz". Ainda tenho muito que esplanar sobre os direitos e as dificuldades das mulheres; mas eu só peço aos homens, principalmente meus leitores, que são cultos, inteligentes, que me ajudem nessa batalha pois "a guerra" eu nem sei se terá um final mas, pelo menos para amenizar a vida da mulher, lhe dar um pouquinho só de paz, de esperança. fé e amor. Ser Mulher é ser  sinônimo de luta por uma sociedade mais justa. Em 8 de março, comemoram-se os direitos civis alcançados pelas mulheres ao longo da história.
 
 
 A data também serve para a humanidade refrescar a memória e reverenciar quem se dedicou e ainda se dedica a assegurar uma vida mais digna a todas as mulheres.O direito de votar e ser votada, o acesso à educação, as mesmas condições de trabalho e a mesma remuneração que os homens, tudo isso só veio à força, precisou ser conquistado. Para conseguir os mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os homens, foi preciso protestar e organizar passeatas. Quando não havia outra saída, decretar greve, enfrentar a polícia e, em alguns casos, pagar com a vida. A reivindicação feminina por uma sociedade igualitária tornou-se mais visível a partir da Revolução Industrial, na segunda metade do séc. XVIII.
 
 
 O êxodo rural fez das cidades um amontoado de cortiços. Com o inchaço das cidades, uma horda de camponeses estava à procura de emprego. Para arrumar uma ocupação, muitas mulheres tiveram de aguentar até 17 horas de trabalho diário em fábricas quentes, úmidas e mal iluminadas. Depois de aturar tudo isso, na hora do pagamento, o ordenado às vezes podia corresponder a menos da metade do salário de um homem. Só que a maior bandeira das mulheres foi mesmo a redução da jornada de trabalho. Em 1819, a Inglaterra limitou a jornada a 12 horas diárias, depois que as mulheres encararam, em uma verdadeira batalha campal, a polícia e seus tiros de certeiros.
 
 
 A repressão a uma manifestação feminina atingiu seu auge em 8 de março de 1857, em Nova York. Na primeira greve americana conduzida por mulheres, 129 tecelãs amotinaram-se e decidiram cruzar os braços até que a jornada fosse reduzida para 10 horas.Com a chegada da polícia, elas se refugiaram na fábrica. Os patrões trancaram as portas e atearam fogo. Asfixiadas, todas morreram carbonizadas.Inspirada na tragédia, a ativista alemã Clara Zetkin propôs, em 1910, a criação do Dia Internacional da Mulher. No ano seguinte, um milhão de mulheres europeias foram às ruas em homenagem às operárias norte-americanas. E até hoje, as mulheres celebram o 8 de Março. Apesar de transformada em mito, a origem da data ainda desperta controvérsia entre os pesquisadores. Eva Blay é socióloga do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações de Gênero  diz que "o incêndio de 1857 não aconteceu".
 
 
 Para ela, as comemorações do 8 de Março se baseiam em outro incêndio: o da Triangle Shirtwaist Company, em 1911. A fábrica de blusas ocupava três andares de um prédio onde hoje funciona a Universidade de Nova York. Dos 600 empregados, em sua maioria imigrantes italianos e judeus, 125 mulheres e 21 homens não escaparam das chamas. Uma inscrição no local do incêndio da Triangle resume o espírito das conquistas femininas desde a Revolução Industrial: "Neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores perderam suas vidas no incêndio da Companhia de Blusas Triangle. Deste martírio resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho que ajudaram a tornar as condições de trabalho as melhores do mundo."
 
 
A partir dos anos 60, com o fortalecimento do feminismo, as comemorações do Dia Internacional da Mulher incorporaram outras reivindicações das mulheres, como o direito ao divórcio, ao aborto e ao exercício livre de sua sexualidade. Não é a primeira nem será a última vez que nem vou pedir, vou lhes suplicar: - Escrevam, falem, desabafem (seja mulher ou homem), cooperem comigo pois, praticamente, luto sozinha nesse blog mas, minha intenção é conseguir chegar até o coração de vocês que sofrem, dos que presenciam o sofrimento. Quantas e quantas mulheres engolem um grito de dor na calada da noite, que é quando os demônios saem do inferno para agarrar uma presa fácil e colocar fogo nos seus sonhos. Mesmo com tantas coisas ruins, pensamentos amargos, acontecimentos reais, ainda tenho forças para, mais uma vez lhes desejar "Uma Feliz Semana Internacional da Mulher"...



Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

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