terça-feira, 5 de maio de 2015

AS LEIS QUE NÃO IMPÕEM JUSTIÇA AO FEMINICIDIO E VALORIZAM OS VALORES MACHISTAS

 Tenho que ter bastante sustentabilidade sobre à minha mente para estar sobre uma coisa que acho porco, nojento, asqueroso... E pensar que a justiça colabora para que crimes bárbaros sejam abafados e saiam da mídia para serem esquecidos facilmente. Sou colecionadora das injustiças contra às mulheres, se eu mesma passei por este horror. Na época não pude analisar-me pois os pensamentos e ideias estavam corrompidos, puídos, por um ideal de felicidade subornada pelo destino e acariciado pela sombra da morte e de muitos hematomas à vista em meu coração e minha alma, que sempre foi gentil com os bons sentimentos que entram pelos meu poros.

O homem sempre se sai bem dentro deste círculo vicioso que é a nossa sociedade. Os valores machistas sempre aparecem nos cabeçalhos de reportagens como se eles fossem donos do universo.... E as mulheres, cada vez, sem razão para continuar esta luta que parece perdida, desgastada pela velhice; pois desde os primórdios do mundo esse mau que destrói e mata existe e só aumenta mais com o passar dos anos.

Do contrário que reza a doce ilusão estatística, comemorada pela velha grande mídia, de que tem "mulher para todo mundo", o feminicídio que ocorre às costas da opinião pública leva-nos a pensar sobre a resistência de valores machistas na sociedade brasileira.

Não ocorrem mais aquelas violências conjugais de homens exterminando suas próprias namoradas, esposas ou noivas com a frequência que se tinha há 30 anos atrás. Mas volta e meia acontecem casos que chocam a opinião pública e envergonham a sociedade.

No último dia 05, a modelo Babila Teixeira, de 24 anos, foi morta pelo marido depois que os dois voltavam de um jogo de futebol, em São Paulo. O motivo teria sido ciúmes doentios por parte dele, que tentou suicídio e está internado.

Tudo isso mostra o quanto a sociedade mantém valores machistas, onde os casais são formados pelas conveniências sociais. O homem é valorizado mais pela sua capacidade de proteger e sustentar a mulher do que pelo caráter em si. Verdadeiras barbaridades masculinas tornam-se mais "atraentes" para as mulheres do que homens dotados de caráter e inteligência.

Isso foi o preço que muitas mulheres pagaram na onda de assassinatos conjugais ocorridos sobretudo entre 1977 e 1996, época de intensa reação sanguinária de maridos e namorados machistas. Mas tudo isso envolve muitos erros e equívocos, que vão muito além de uma conquista aparentemente fácil por parte de homens incompetentes e de uma tradição pragmática que as mulheres eram obrigadas a seguir através de uma educação machista.

Os homens esquecem de amar suas mulheres. Preferem zelá-las pelo ciúme irritadiço e autoritário, sem se cuidar de dar carinho e estimular a confiança de suas companheiras. Quando a relação está por um fio, eles perdem a cabeça e discutem. Quando está tudo perto do fim, eles tentam comprar até bombons, para tentar salvar a relação. Quando veem que é tarde demais, se vingam exterminando suas companheiras.

Depois fazem toda a choradeira nos tribunais. Seu dramalhão, aliado à habilidade de um bom advogado e um Código Penal caduco em mais de 70 anos, garante a impunidade desses machistas covardes. O pior é que a própria sociedade garante a impunidade não só da lei, mas a impunidade social, uma vez que vários desses feminicidas ganham vantagem na hora de conquistar novas mulheres. Mais do que muito rapaz pacato que ainda pensa em conquistar mulheres fazendo poemas ingênuos.

Basta o feminicida posar de coitado que consegue conquistar cada mulher. Já os homens mais pacatos, pelo contrário, só conseguem conquistar moças de personalidade bastante defeituosa, extremamente piegas ou, quando muito, se tornam "brinquedos sexuais" de periguetes e musas vulgares que aparecem no caminho de cada homem legal.

Há uma decadência de valores machistas, mas eles ainda resistem. Os feminicidas podem não mais serem presidentes de empresas ou manter escritórios de advocacia e engenharia ou consultórios médicos, como havia antes. Um desses criminosos, Pimenta Neves, voltou a estar preso há um tempo atrás, mas enquanto estava solto teve que abandonar a atividade jornalística.

Mas eles ainda são capazes de conquistar novas mulheres. Embora vemos que as bem mais jovens, nascidas de 1985 para cá, tentam na maioria se prevenir contra o assédio de homens agressivos fingindo-se de bonzinhos. Mas Babila não teve essa sorte. E perdeu a vida deixando órfã uma criança de dois anos.

Felizmente, já se começa a pensar em definir o feminicídio como crime hediondo, o que impedirá novos casos de impunidade. Será o fim de um tempo em que a vingança de muitos feminicidas conjugais - uns de sobrenomes dóceis como "Pureza", "Pacífico" e "dos Santos Bispo" - que fazia o orgulho dos machistas que defendiam isso como "legítima defesa da honra".

Hoje eles estão desonrados, mais desolados e socialmente mais jogados ao ostracismo. Envergonhados, já não podem mais se apoiar nas togas de um advogado para defender suas "honras" com o sangue de suas namoradas ou esposas, e a tragédia que eles causaram nelas se reflete na tragédia que o machismo sofre nos dias de hoje.
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As medidas a serem tomadas acabam virando pizza, com tudo, aliás no Brasil. Os outros países não ficam muito atrás disto, mas fazem alarde, manifestações.... E tudo se cala por algum tempo. Mas este tempo está se esgotando. Que mulher que sofreu tudo o que passei, tem coragem de se dirigir a este blog e denunciar, colocar esses belos machista, protegidos por uma justiça injusta, atrás das grades, de onde nunca deveriam sair. Mais uma vez, e sei que não será a última, eu lhes digo para deixarem o orgulho de lado pois quase todo machista feminicida se orgulham dos seus feitos, pois saem ilesos das suas monstruosidades. Odeio estes homens!


Testo de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

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