sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

MEDO DE SE APAIXONAR



Entrevista cedida pelo psicólogo Victor Dalla Nora


Mulheres com medo de se apaixonar


As mulheres que têm medo e não se entregam às paixões geralmente têm esse comportamento por conta de alguma decepção amorosa?

Psicólogo : Nunca devemos descartar o que já fora vivido/sentido, mas nem sempre é em decorrência de alguma decepção amorosa que algumas mulheres não se entregam, de maneira tórrida, às paixões. Talvez sim, tenha ocorrido alguma decepção, mas o quanto essa decepção ainda repercute? O quanto ainda é sentida?

Podemos pensar que algumas mulheres (falo mulheres, pois é direcionado para mulheres, mas qualquer pessoa pode se encaixar) necessitem se sentir no controle de suas relações e por isso não consigam se lançar na paixão; ou não necessitem de uma paixão; ou não consigam se relacionar; e assim vai.

Mas é interessante se pensar o que se teme no que diz respeito à decepção: se decepcionar com o outro ou consigo mesma?
Em que essa resistência a se apaixonar influencia?

Psicólogo :Influencia que a pessoa deixa de viver com abertura para experimentar coisas, situações, amores novos.
Mas será que é possível deixar de se apaixonar? De se sentir tocado?

Psicólogo :Se pensarmos que toda paixão, é de certa maneira, a forma como aveludamos nosso olhar no que concerne o outro, a paixão é nossa, o ideal de relação é nosso, e somos nós que temos que derrubar esses conceitos, entender o que é (e pode ser) real e o que é (ou está sendo) “fantasiado”.

E caso a pessoa não se lance no labirinto da paixão, por medo ou qualquer outro sentimento que a impeça, ela talvez fique à margem do que crê que seja a possibilidade de amor.
Pode ocasionar alguma doença?

Psicólogo :Podemos pensar que a pessoa pode se isolar e que o isolamento poderia ocasionar algumas doenças como depressão, fobias e por ai vai...

Outro dia li algo do Leminski:

“Amor, então,

também, acaba?

Não, que eu saiba.

O que eu sei

é que se transforma

numa matéria-prima

que a vida se encarrega

de transformar em raiva.

Ou em rima.”

Paulo Leminski
Como a mulher pode se livrar dessa insegurança?

Psicólogo :Trabalhando sua autoestima. Entendendo que pode sim constituir uma vida na qual se valorize e se respeite. Sendo consciente de sua situação. E procurando ajuda adequada.
Grande parte das mulheres já parte do princípio de que todos os homens são iguais e não prestam. Você diria que as mulheres não devem pensar assim? Por quê?

Psicólogo :Se faça uma única pergunta: Será que todas as pessoas são iguais?
Qual é o peso do relacionamento amoroso no dia a dia? Ele é necessário para que se tenha uma vida plenamente feliz?

Psicólogo :Não necessariamente, mas pode ser fator importante dependendo do que a pessoa tenha como ideal e queira para sua vida. Entretanto, o que é ideal nem sempre é real. Existem diversos relacionamentos amorosos que mais trazem “infelicidade” do que “felicidade”. Mas quando o casal faz com que a relação dê certo, ela pode servir para colocar a pessoa em situação próxima a felicidade. Por que não tentar?



Victor Dalla Nora Araujo – Psicólogo Clínico
Postado por JUSSARA SARTORI

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