segunda-feira, 21 de maio de 2018

VIDA ABSTRATA...

Minha vida não é valsa de Strauss mas, meus pensamentos vivem a bailar no no avesso, com se eu tivesse mudado, definitivamente para lá. Meu companheiro de blog me abandonou, me bloqueou em tudo que é pagina social. Ele me congestionou porque, talvez, não saiba vivenciar um sentimento verdadeiro que uma valsa pode produzir em sua mente.
 
E é escutando, pensando neste ritmo feliz que vou escrevendo às histórias tristes, sem deixar sequelas em meu pensamento. Sei que hoje assassinaram muitas mulheres, assediaram outras centenas e estupraram outras tantas. A policia não faz nada pois não pode defender nem ela de si mesma.
Nós, mulheres, sonhamos com o amor, com a felicidade, com um homem gentil do nosso lado... Enquanto isto mudo de valsa e continuo bailando, para não pensar, para não cair no abismo sem fundo da solidão.
 
Vejo nas ruas por onde ando, pelas revistas e jornais nas bancas, nas reportagens que leio. Penso que tudo isto não existe, que é um pesadelo. Gostaria de ter o poder da magia dos meus contos de criança... Aliás creio que nunca saí deles pois, a primeira vez que saí, me dei mau e quase me acabei.
Não gosto de pensar no animal, no réptil homem; que nos fere, nos machuca. Se os escutarmos seremos enroladas por uma cobra de porte agigantado, que poderá nos asfixiar e matar.

Eu procuro me manter longe destes seres hediondos na vida real; mas pelo avesso continuo bailando pois viver assim me faz bem. A experiência real que tive não foi boa; foi horrível. Ainda não me livrei dela definitivamente porque, às vezes, alguma cena deprimente atravessa o meu caminho. Sim mas, sou eu que faço o meu destino (não é assim que as pessoas costumam a nos falar?)... Mas o meu destino é só meu e ninguém, nunca mais, irá me fazer sofrer.

Isto serve para todas às mulheres que lerem este texto. Se você mora, vive ou é casada com uma pessoa que a magoa, a faz infeliz, se sentir à margem da sociedade, é porque este homem é um crápula e tem que fazer de tudo para se livrar dele antes que ele a mate e faça com seu corpo o que faz os muitos Brunos da vida; corta o seu corpo em pedaços e dá para os cachorros comerem. Eu não chamo uma pessoa desta de homem e sim de demônio.
 
Procuro preencher todas às lacunas vazias do meu cérebro procurando não pensar em ninguém, a não ser o meu filho, que é um anjo; quem viver ao seu lado irá viver em um paraíso. Se todos fossem iguais a ele eu não teria esta fobia que me acompanha sempre. Isto porque não me organizei na vida real. Não se pode viver o "aqui, agora" baseando-se nas valsas e com seus príncipes. A não ser que você resolva a viver dentro de um mundo abstrato, que você mesma criou, para fugir de tantos sofrimentos encontrados no caminho.


Testo de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance


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