sábado, 25 de abril de 2015

A ARTE DE SONHAR REAL...


Acaricio o meu pensamento, como se estivesse moldando um sonho. A minha fantasia parece real, e não volátil, como quando se sonha. Deslizo minhas mãos no caule morto, e já tenho. Espreguiço meus braços em um imenso vale de grama verde, e logo o tenho salpicado de flores campestres. Viajo pelo espaço sideral e conheço a Aurora Boreal, que presenteia meu corpo com muitas cores reluzentes. Transmuto-me em borboleta e faço amor com todas as flores do campo: adormecendo em um enorme tapete verde, onde elas nasceram.

Acordo dentro de um raio de uma estrela e viajo nele até o infinito, onde ganho mais luz celestial e mais calor emocional. Ganho o dom de voar entre os planetas, cometas e estrelas. Sou uma caçadora espacial em busca do seu amor, que se perdeu em um emaranhado de meteoros. Aterrisso na lua, onde encontro uma forma sua. Ilumino o seu corpo, com todas as luzes que me foram dadas e desço sobre o seu corpo nu, deixando que me envolva no seu amor vulcânico, me fazendo sentir orgasmos estelares, dando mais brilho ao céu, coroado de estrelas e astros,. extasiada e com a mente iluminada, encontro todos os meus entes queridos que partiram, sem nenhuma explicação, fazendo o meu coração triste.

 Mas, obtenho, de cada um, uma resposta razoável para partidas tão súbitas e sem solução de retorno. O mundo dos homens feminicidas cresce mais e mais, deixando tantos estragos por onde passam que mergulho naquele mar de mulheres destroçadas, tentando reerguer aqueles corpos lindos e sem vida. Sinto-me uma incompetente por não conseguir reverter tudo igualmente, onde ninguém seria melhor que o outro.

 Choro lágrimas de sangue, que se ajuntam ao sangue das mulheres sem vida.. Viajo no corpo de Diana, todas às florestas do mundo, tentem do levar um pouco de fantasia e mitologia ao mundo real, que se destroça mais e mais, a cada dia que passa. Sinto-me inerte e febril, diante de tanta desgraça e tão pouca piedade, da parte dos homens. Meus momentos de desalento total passam pela minha mente, como se, nunca mais, eu fosse recuperar a minha razão de anjo doce, que um diabo maculou, sem razão, só por maldade, como fazem todos os feminicidas monstuosos.

 Alcei voo e saí sem um lugar certo, para pensar meus pensamentos doces e famintos de amor. Triste, voei sem rumo certo e cheguei à lua crescente; onde deitei, me livrando de tudo que pesava sobre o meu  corpo. Adormeci, cansada... Acordei, ao som de uma letra musical que percorria meu corpo, me beijando e acariciando toda, como um anjo do Senhor. Pensei ser um sonho, mas era muito real para ser fantasia. Sim, era você real, no meu Sonho de Amor, me fazendo sua, com uma emoção, candura e firmeza que faria Franz Lizst ficar com inveja...

Texto de: JUSSARA SARTORI
Escritora, Poetisa & Freelance

Nenhum comentário:

Postar um comentário