Estamos confinados. Quase o mundo todo está de quarentena. Neste momento estou muito preocupada com a segurança de todas às mulheres que têm problemas relacionados com os homens. As mais corajosas que chegam a pedir o divorcio estarão sujeitas a um perigo maior porque os homens se sentirão ameaçados, mais fracos, podendo, nesta altura, atacar a parte mais fraca; no caso sua esposa, namorada, companheira...
O estar confinada em casa deixa às mulheres sem muitas alternativas para recorrer em caso de ataque súbito. Hoje em dia, para conhecer a dimensão da maldade humana é só acessar as
páginas de notícias da internet. Os crimes e massacres se sucedem com
uma frequência tão grande que o público acaba ficando anestesiado.
Uma UBS recebeu uma paciente jovem, com um pouco de falta de ar. Disse ao médico que a tendeu que estava com COVID 19 e estava com muito medo pois seu marido disse que faria alguma coisa a ela se pegasse a doença em seus filhos.
Para o plantonista o pânico de sua paciente é sintoma de mais um desafio
trazido pelo coronavírus; mas sua falta de ar adivinha de uma crise forte de ansiedade, causada pelo comportamento acusativo de seu marido entérico
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Diante da recomendação da Organização Mundial
da Saúde de permanecer em casa, o Brasil também tem que dar conta do
agravamento da violência doméstica: seguindo as previsões da ONU
Mulheres e do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, houve
aumento de 17% no registro de denúncias pelo canal Ligue 180. De cada dez mulheres mortas no ano passado, uma morreu dentro de seu próprio lar; ficar em casa certamente não significa se manter segura.
"Estamos falando de um problema que não tem gênese única. A pandemia
acaba acarretando em um estresse maior para pessoas: ficar em casa é uma
coisa, ficar em casa porque o mundo exterior é perigoso é outra. Além
da situação de insegurança econômica, a proximidade física e o aumento
do uso de substâncias como fuga que também faz com que os parceiros se
tornem mais violentos", desumanos, faz com que o diabo ou um monstro hediondo vá nascendo dentro dele, pronto para atacar a qualquer momento.
"O fim da quarentena não acabará com a violência doméstica. Sabemos que o
nosso sistema de proteção a mulher já é deficitário. Essa discussão já
acontece há anos em relação ao horário de funcionamento da delegacia da
mulher ou o atendimento que deixamos de receber em hospitais. É uma
obrigação do Estado proteger essas mulheres.
Assim como proporcionar
abrigos e proteção para que mulheres possam se manter afastadas desses
homens, além de incentivar canais de denúncia.Neste momento ficar em casa é muito mais perigoso para estas mulheres que são ameaçadas ou sofrem agressões constantes dos seus parceiros, sem ter como fazer uma denuncia; muito menos chamar por socorro pois ele as mantém como hipnotizadas.
Prevenir e combater a violência contra as mulheres é a tarefa das mais complexas e exige como política pública a articulação de diferentes serviços em uma rede integrada de atenção `mulher que vive em situação de violência.
Hoje em dia, para conhecer a dimensão da maldade humana é só acessar as
páginas de notícias da internet. Os crimes e massacres se sucedem com
uma frequência tão grande que o público acaba ficando anestesiado.
Creio que mesmo quando esta pandemia passar (não posso prever quando ou quanto tempo irá durar), o homem continuará a bater, torturar e matar mulheres; por motivos banais, sem motivo ou para satisfazer o seu machismo.
Se existisse uma lei realmente dura, que fizesse com que eles pagassem por seus crimes brutais, poderia dar certo, mas a "lei" é relapsa, frouxa...
Texto de: JUSSARA SARTORI
Poetisa, Escritora & Freelance